sábado, 28 de novembro de 2020

LOCALIDADE DE SÃO VICENTE

    A localidade de São Vicente de Paulo,localiza em Conselheiro Lafaiete,após o Bairro São João,região da Jacuba,Biquinha e localiza antes de chegar a cidade de Santana dos Montes.

  Seu nome antigo era tiririca,nome que veio do tupi,que significa que uma planta que espalha pelo solo,como se fosse uma erva daninha,a planta tem o nome científico de "Cyperus Rotundus". Ou também possa referir a uma onça pequena conhecida como Tiririca.

 

 Igreja Sagrado Coração de Jesus da Localidade de São Vicente   

 foto:Arquivo Pessoal 28/11/2020
 

  Não se tem uma data exata de quando surgiu a localidade,mas é certo que já existia no início do Século XX,talvez mesmo no Século XIX já existia. Sua principal Praça é a Bianor de Almeida,e que tem caminhos para Buarque de Macedo e Santana dos Montes.
  

Numa Antiga notícia que foi lembrada pelo Historiador Antônio Perdigão,em sua coluna "Tempos idos e Vividos" no jornal "o Processo" N°120 de 20/8/1978 diz assim:

 " TIRIRICA RECEBE O NOME DE SÃO VICENTE DE PAULO
 Desde há muito tempo que os habitantes da pitoresca tiririca desejavam para este arraial um nome digno da união e operosidade de seus moradores.A ocasião propícia apresentou-se durante as santas missões,ultimamente ali pregadas pelos filhos de São Vicente de Paulo,que a todos cativaram com a sua delicadeza e bons conselhos distribuídos.
 Construiu-se grande cemitério de pedras e tijolos e angariou-se avultada esmola para ele.No último dia das missões,o padre Thiago Nathaniel,superior das missões,lembrou expontaneamente que melhor nome para localidade seria o de São Vicente de Paulo,pois em Minas,ainda não há local com tal nome,o que agradou a todos.
 Esses senhores,de comum acordo,resolveram unânimemente,doravante,
chamarem o dito arraial de São Vicente de Paulo,antiga tiririca,e pedem aos poderes municipais que confirmem o belo nome do arraial vizinho. "

(Transcrito de Correio da Semana,N°435 de 28/6/1923)

Pela nota podemos afirmar que o Cemitério da Localidade (atrás da atual Igreja) foi construído em 1923,e tudo leva a crer que já existia o povoado no final do Século XIX. 

   JORNAIS ANTIGOS

Uma das Notícias Mais antigas de Jornais sobre a localidade,foi uma dada pelo Jornal de Queluz edição 111 de 28/4/1928 trás a seguinte nota: " Realizam-se amanhã em São Vicente de Paulo,Solennes festividades religiosa em louvor a São Sebastião,para que foi organizado um excelente programa com carinho. Trafegarão para ali diversos Ônibus,durante o dia. "

 No Jornal de Queluz edição 176 de 27 de julho de 1929 diz: 

  " Benção da Imagem de São Vicente de Paulo     

  Nos Suburbios de S. Vicente de Paula,realizou-se dia 2,a solene benção da imagem do padroeiro,havendo,ainda festiva procissão e outros atos comemorativos. Aquele povoado,ocorreu grande massa popular. "  

 No Jornal de Queluz edição 194 de 30 de novembro de 1929,fala da imagem de Nossa Senhora Visitadora que o antigo Vigário da Matriz Padre José Barreto,ofereceu aos habitantes de São Vicente a imagem de Nossa Senhora do Sagrado Coração e que foi uma visita anual para proteger os lares. E na nota fala que as esportulas (dinheiro) seria adquirido para a construção da Capela e a São Vicente. 

No Jornal de Queluz edição 216 de 31 de maio de 1930 fala que ocorreu os festejos do Padroeiro São Vicente de Paulo,e que muitas famílias vieram de automóvel para Queluz.

PRIMEIRA CAPELA

  Embora seja escassa de fontes sobre a antiga Capela. É certo que na localidade já faziam festa de São Sebastião em 1928,e já em 1929 dizia que o padroeiro era São Vicente,e pelo que diz as notas não havia capela no local.

 É provável que a primeira Capela foi construída na década de 1930,e foi demolida na década de 1950 ou década de 1960,após construir a nova igreja . Um senhor morador da localidade me informou que existia uma capela abaixo de onde é a igreja atual,onde é a praça (Mais ou menos onde tirei essa foto abaixo),e esse senhor me disse que não existe foto dessa antiga capela.

 

Praça Bianor de Almeida             foto:Arquivo Pessoal 28/11/2020

 O padroeiro local era São Vicente. E depois mudou para Sagrado Coração de Jesus provavelmente após a construção da igreja atual.

 ATUAL IGREJA

  

        foto:Arquivo Pessoal 28/11/2020

 Segundo um morador do local,essa igreja tem mais ou menos 65 anos,deu a entender que começou ser construída por volta de 1955,e que durou cerca de 10 anos para ficar pronta,ou seja por volta de 1965.

 Mas o Padroeiro é o Sagrado Coração de Jesus. Eu desconheço os motivos que fez acontecer a troca do padroeiro São Vicente para o atual,quem souber me fala nos Comentários. A atual igreja tem o sino que foi feito em 14/11/1940 pelo Sineiro João Glória de Itabirito (provavelmente o sino ficou na capela anterior,depois passou para a atual). 

 A igreja pertence atualmente a Paróquia de São João Batista,antes pertencia Santa Terezinha,e antes a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição.

 CRUZEIRO DO POVOADO

  


 
  foto:Arquivo Pessoal 28/11/2020

 No pé do Cruzeiro tem os seguintes escritos: " 24-6-1994 Jair Gonzaga de Melo ,Mercadão da Madeira. " (tudo indica que o Cruzeiro foi construído nessa época). Já o anterior foi construído foi construído por Juventino Leontino de Avelar,conhecido como "sininho".E antes desse cruzeiro,havia um que foi transferido para o cemitério do local,segundo Antônio Perdigão.

 

 foto:Arquivo Pessoal 28/11/2020


(fonte:Cruzeiros de Lafaiete,de 1990,página 12,escrito por Antônio Luiz Perdigão)

FONTES: Pesquisa do Autor 

              Historiador Antônio Perdigão (1918-2010,no livro Cruzeiros de Lafaiete,de 1990,página 12)

              Jornais antigos como Jornal de Queluz edições entre 1928 a 1930

              

             

 

sábado, 7 de novembro de 2020

50 ANOS SEM QUINCAS ALMEIDA

   Hoje faz 50 anos anos do falecimento do Jornalista e historiador,Joaquim Rodrigues de Almeida,conhecido como Quincas de Almeida.Que foi um dos maiores historiadores aqui de Conselheiro Lafaiete.

                                                                           foto:Acervo Geraldo Castro
 

 

  Nascido na fazenda de São Pedro,no Morro do chapéu (atual Santana dos Montes,que na época ainda era distrito de Queluz atual Conselheiro Lafaiete) em 27 de setembro de 1893,filho de Pedro Lino de Almeida e Maria Eugênia de Carvalho. Foi tipógrafo e tinha sua tipografia Almeida na Rua Afonso Pena,9 no centro de Conselheiro Lafaiete,sendo ele mesmo com dificuldades editou a segunda edição da obra sobre a  História da Revolução de 1842 acontecida em Minas Gerais,e que teve passagem em nossa Queluz de Minas.
  Quincas também foi membro da Associação Brasileira de Imprensa,e quase cego,levantou a história do Campo Alegre dos Carijós,de Queluz e seus distritos e fez fichário de todas as famílias que povoaram o início de Conselheiro Lafaiete,sendo alguma das obras estão no Museu e Arquivo Antônio Perdigão.
   Quincas faleceu em um hospital de Belo Horizonte,em 7 de novembro de 1970,e foi sepultado no cemitério Nossa Senhora da Conceição,de Conselheiro Lafaiete,em um dia chuvoso.

   Homenagens 

  Em 1979,até foi aprovada uma rua com seu nome que ligava a praça Chiquito Furtado até a rua Barão de Suassui,mas infelizmente mudou o nome da rua e hoje é o prolongamento da Avenida Prefeito Telésforo Cândido Rezende. Acho que a municipalidade poderia colocar o nome dele em outra nova rua. 

A biblioteca do Solar Barão de Suassuí tem o nome de Quincas de Almeida,essa homenagem foi quando reformaram o prédio em 17/7/2015,mas em 29/3/2017 colocaram o retrato do saudoso historiador na entrada na biblioteca.
 O meu amigo genealogista e historiador Geraldo Castro no seu blog o Faiscador de Queluz,fez uma bela homenagem ao Quincas,num poema que ele escreveu  em 26 de julho de 2011,do qual eu transcrevo abaixo:

  "   Quincas de Almeida 

   No Morro do Chapéu 

   Na fazenda Centenária  São Pedro 

   Belas Montanhas

  

   Entre Mata Atlântica e Cerrado

  Nasceu Quincas Almeida  escritor e Jornalista


  Que escreveu nossa história

  Sesmaria e famílias

  Revolução Liberal de 1842


  Viajando recordando

  Nosso passado

  Vila Real de Queluz

  

  Batalha vencida  pelos Queluzianos

  Marco na história

  adormecida oculta 

 No Vila Real de Queluz.  " 

 

 fontes:texto de Avelina Noronha,sobre o Quincas de Almeida no Jornal Correio de Minas , blog: ofaiscadordequeluzdeminas.blogspot.com e pesquisa do autor.

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

150 ANOS DA IRMANDADE SANTO ANTÔNIO DE QUELUZ

 

Igreja de Santo Antônio em 2015        foto: Antônio Noronha

 

   Há 150 anos era fundada na antiga Queluz (atual Conselheiro Lafaiete) a Irmandade de Santo Antônio de Queluz,fundada em 16 de outubro de 1870,num Domingo,essa é uma das instituições mais antigas de Lafaiete. E seu primeiro provedor foi Joaquim Lourenço Baêta Neves (Barão de Queluz,falecido em 1880).

   A irmandade foi reorganizada em 29 de abril de 1922,e registrada oficialmente em 12 de abril de 1939.
  Em 1970 foi comemorado na Igrejinha de Santo Antônio,o Centenário dessa gloriosa irmandade. E o bispo Lafaietense Dom Daniel Tavares Baeta Neves (descendente do primeiro provedor) trouxe da Itália um ostensório com um pedaço do osso do Santo Antônio,relíquia que ainda se preserva.
  E hoje lembro os 150 anos de fundação dessa instituição.
 
           Lembrança do Centenário da Irmandade 1970
           foto:Arquivo Pessoal 
 

domingo, 4 de outubro de 2020

LAGOA DO PEQUERI DE CIMA

  Em Conselheiro Lafaiete,existem muitos lugares praticamente esquecidos,e um deles vou mostrar algumas fotos,de Lagoa que localiza na zona rural,na localidade de Pequeri de Cima (pertence Conselheiro Lafaiete).

 Que nos tempos passados era um local de  mineração. 

 FOTOS 








Fotos tiradas pelo autor do blog em 4/10/2020.

NOTAS

 O local é de difícil acesso,e nessa lagoa não é aconselhado a nadar,por dois motivos,um por ser fundo e outro porque no passado era cava de mineração.

MINERAÇÃO ANTIGA

  A localidade do Pequeri de Cima no começo do Século XX,e que chegou a tirar bastante minério e havia uma linha férrea que vinha do Gagé e ia também a São Gonçalo do Brandão,Sabino (hoje região do Sítio Beira Rio,após São Gonçalo) e Paiva (região de São Gonçalo) e passava nessa região onde é essa bela lagoa.

 Essas linhas férreas foram desativadas antes da metade do Século XX,em datas que eu não sei dizer. 

 


MÉRCIA VERDOLIN CAIXETA


 foto: reprodução Facebook Realmente Amigos de Conselheiro Lafaiete,foto postada por Vitória Rezende.

 

Hoje faz 50 anos que faleceu Mércia Verdolin Caixeta,a eterna Miss Lafaiete,que foi uma das mulheres mais bonitas de Conselheiro Lafaiete na década de 1960. nascida em 12/7/1950,faleceu aos 20 anos.

 Não chegou a ser Miss Lafaiete,mas segundo comentários na página do Facebook Realmente Amigos de Conselheiro Lafaiete,diz que a Miss de 1968 foi Laura Valéria Morais,e como ela não poderia disputar o Miss Minas Gerais de 1968,a senhorita Mércia entrou no seu lugar e disputou o concurso ficando em 8° lugar,e há quem diga que ela merecia ter ganhado o concurso e era mais bonita.

 Mércia morava na Rua Doutor Moreira,no Bairro São Sebastião,e faleceu em 4 de outubro de 1970,com Câncer no Joelho,e seu falecimento comoveu toda a cidade.

Segundo Sérgio Trajano,diz que ela parecia estar viva com seu vestido de debutante,muito bem pintada,cabelos longos tudo lindo. 

Fotos

 

 foto: reprodução Facebook Realmente Amigos de Conselheiro Lafaiete,mostra Mércia no Concurso de 1968,é a primeira da direita (bem no canto)


 

 Mércia (na foto acima ampliada)   foto:Tarcisio Souza


 Homenagem

 No Bairro São João tem uma rua que leva o seu  nome.

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

COMO ERA O MUNDO EM 19 DE SETEMBRO DE 1790?

 


 

                            Matriz por volta de 1890 (uma das fotos mais antigas,em 1790 nem havia máquina fotográfica)

                         foto:Mauro Dutra de Faria

 

   Num Domingo dia 19 de Setembro de 1790, O Povoado dos Carijós se tornou Real Villa de Queluz,e nesse dia ocorreu a emancipação Política de nossa Conselheiro Lafaiete; a data não significa ser a data de criação da cidade , porque já existia muitos anos antes e sim a data de independência do nosso município. Nesse dia foi instalado um pelourinho na Praça Nova (atual Praça Tiradentes) e também a Câmara Municipal.

 O Brasil ainda era uma colônia ,pertencente a Portugal onde a Rainha era Dona Maria I (a Louca), o Governador Geral do Brasil era o Vice Rei José Luis de Castro (Conde de Rezende), o Governador de Minas (capitão General) era Luis Antônio Furtado de Mendonça ( Visconde de Barbacena) e na nossa cidade a autoridade maior era o Capitão Mor José Rodrigues Costa (era conhecido também como Juiz Ordinário,na época não falava presidente da Câmara e nem havia prefeitura) .

Na Vila havia três igrejas Matriz Nossa Senhora da Conceição,Santo Antônio e a Igreja do Carmo,e a Matriz não estava totalmente pronta e o padre da época era Padre Caitano Nunes da Costa Carneiro, o Bispo de Mariana era Dom Frei Domingos da Encarnação Pontavel ,e o Papa era Pio VI.

  Não há dados populacionais da época,de quantos habitantes havia Conselheiro Lafaiete. Num livro de 1822 cita que a Villa Real de Queluz havia cerca de 9.300 pessoas (conta abrangia os distritos também). Mas certamente era mais ou menos isso a população em 1790, mas claro que na sede a população menor . Mas na época Carijós, não foi fácil ocorrer essa emancipação politica ,foi muita luta, a Vila distanciava de outras vilas cerca de 5,10 ou 15 léguas,e Carijós pertencia São José Del Rei (atual Tiradentes) ,e tinha condições de ser uma Vila (época considerava Cidade),mas somente no dia 19 de setembro de 1790 finalmente se emancipou.

  Na época também já havia o movimento da Inconfidência Mineira,e a nossa cidade teve participação forte nesse movimento que buscava a independência do Brasil e desmembrar se de Portugal.

  Com a emancipação Política a Vila de Queluz passou a ter muitos distritos (e hoje muitos deles são atuais cidades,como por exemplo Itaverava, Santana dos Montes,etc)

  Em 1790 já existia o Casarão do Barão de Suassuy e claro além de algumas igrejas históricas (Matriz,Santo Antônio, e também na zona rural Passagem de Gagé e a antiga de São Gonçalo do Brandão),e havia tantos outros casarões que já desapareceram. E com certeza uma realidade bem diferente da que conhecemos hoje.

  Assim era nossa cidade há 230 anos.

 

Hoje

                         Matriz em 2020

                         foto:Imagens da Internet 


   Nesse 19 de setembro,parabéns Conselheiro Lafaiete pelos seus 230 anos de Emancipação Política. E hoje com uma população em torno de 135 mil habitantes ,e com o ramo forte em comércio, caminha para seu desenvolvimento.

segunda-feira, 31 de agosto de 2020

DEZ ANOS SEM ANTÔNIO PERDIGÃO

 

                   foto:Reprodução

 
  Hoje faz 10 anos que faleceu o Historiador Antônio Luiz Perdigão Batista,o saudoso Antônio Perdigão do Museu. E tive a honra de ter conhecido.
Antônio Luiz Perdigão Batista,nasceu em 15 de novembro de 1918,no alto do Bairro Santo Antônio,em Queluz (atual Cons. Lafaiete),filho de Igídio José Batista e Alzira Perdigão.
  Segundo Wagner Vieira,Perdigão era uma pessoa a frente do seu tempo. Desde menino,tinha mania de colecionar "coisas velhas",no entender das pessoas comuns. Na década de 1950,Perdigão mudou-se para o Rio de Janeiro,onde depois formou se museólogo no Museu Imperial de Petrópolis. E lá no Rio começou a formar seu acervo que tornaria o futuro museu.
  O Museu e Arquivo Antônio Perdigão,fundado oficialmente em Conselheiro Lafaiete,em 2 de janeiro de 1976,e sua primeira sede funcionou na Rua Barão de Coromandel,230,no bairro Rosário.
  Por volta de 1979 foi transferido para Rua Afonso Pena,89 no centro,numa casa que nem existe mais.
  Em 30 de agosto de 1987,foi transferido para a atual sede,praça Tiradentes,19 no centro,na antiga cadeia da cidade.
  O museu foi municipalizado em 2009,e nessa data passou por uma reforma,que foi entregue em 15 de setembro de 2010 (E Perdigão havia falecido dias antes).
   Antônio Perdigão,faleceu em 31 de agosto de 2010,em Conselheiro Lafaiete,e sepultado no Cemitério Nossa Senhora da Conceição de Conselheiro Lafaiete no dia seguinte.

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

MINHA RECORDAÇÕES PARTE 4 / FINAL

 Continuando a focalizar o Livro  "Minhas Recordações" de Francisco de Paula Ferreira de Rezende. Hoje vou falar sobre o Capítulo 42,que vai da página 376  a 383 ,e o autor fala um pouco sobre Queluz ,atual Conselheiro Lafaiete.

É o último capítulo que Francisco de Paula fala sobre sua passagem em Queluz,e nesse capítulo 42 ele fala mais da sua vida pessoal.

 Na página 376 o o autor diz:

" Tendo sido nomeado juiz municipal e de órfãos de termo de Queluz por decreto de 30 de outubro de 1856,parti de Campanha a 26 de junho de 1857 e cheguei à sede do meu município. No dia seguinte escrevi ao Comendador Manuel Teixeira de Souza,depois senador do império e Barão de Camargo,enviando-lhe uma procuração minha para que em meu nome tomasse posse do emprego...

Tomou posse no dia 3;e eu a 9 entrei em exercício. Nomeado muito pouco tempo depois delegado de polícia e acumulei desde logo os dois empregos. "  (Juiz Municipal também) 

Ferreira de Rezende citou algumas pessoas,durante seu período aqui em Queluz,e na página 381 ele citou o Padre Ribeiro, lá de Itaverava que segundo ele era chicaneiro (Enganador),e que na página 383 ele diz que esse mesmo padre mandou ele a sua casa para que fosse pedido perdão ,pelas ofensas que padre Ribeiro cometeu ao juiz. Mas o juiz respondeu que não havia nada a ser perdoado.

Na página 383 o autor diz:

" Se alguém for ao município de Queluz e perguntar a qualquer das pessoas mais antigas daquela localidade,quem foi um juiz que lá andou de 1857 a 1861,há de ficar realmente admirado de como é que depois de quase trinta anos se pode conservar ainda tão firme e sempre tão favorável a lembrança de um pobre juiz municipal. "

(Nessa frase acima o autor encerrou esse capítulo de sua passagem por Queluz durante seus 4 anos na cidade)

Dados Sobre o Autor

    foto: Imagens da internet


Francisco de Paula Ferreira de Rezende

Nasceu em 18/2/1832  Campanha MG

Faleceu em 26/10/1893  Rio de Janeiro RJ

Filho de Valério Ribeiro de Rezende e Francisca de Paula Ferreira de Rezende

Era político e exerceu cargos diversos na área Jurídica 

Chegou a ser o 3° Vice Governador de Minas Gerais pelo decreto de 21 de janeiro de 1890 e depois 2°  vice governador pelo decreto de 16 de abril de 1890. Em 1892 foi nomeado como  ministro do Supremo Tribunal Federal,e em 28/6/1892 tomou posse como Procurador Geral da República. 

(fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_de_Paula_Ferreira_de_Rezende



quarta-feira, 19 de agosto de 2020

MINHAS RECORDAÇÕES PARTE 3

    Continuando a focalizar o Livro  "Minhas Recordações" de Francisco de Paula Ferreira de Rezende. Hoje vou falar sobre o Capítulo 41,que vai da página 368 a 375,e o autor fala um pouco sobre Queluz ,atual Conselheiro Lafaiete.




      Praça Barão de Queluz por volta de 1930 (Não é 1938,porque a partir de 1935 a praça já tinha algumas colunas e a igreja de Santo Antônio já tinha torre)                  Foto: Museu e Arquivo Antônio Perdigão 

   Na página 368 o autor diz:

" A Casa em que morei em Queluz é a que fica defronte da Matriz e que ocupa toda a frente do largo entre a rua Direita e a outra que passa pelo lado oposto. Quase toda de pedra,a madeira que nela se empregou é tão grossa e de tal qualidade,que faz gosto vê-la que ao mesmo tempo admira. Entretanto,esta casa foi comprada algum tempo depois da revolução pela insignificante quantia de dois ou três contos de réis.

 Quando nela morei,ainda se viam em diversos lugares os sinais das balas que a haviam ferido no combate de 26 de julho de 1842;combate este de que a suma é seguinte:

 Tendo na véspera à noite sido a Vila flanqueada pelas forças do Capitão Marciano Pereira Brandão,que se emboscaram nas estradas de Congonhas,Suassuí e Ouro Preto,no dia 26 foi atacado do lado do Lava pés pela coluna do Coronel Antônio Nunes Galvão e do lado das Bananeiras pela do Coronel Francisco José de Alvarenga... " 

 Na página 369 Francisco de Paula fala que num sobrado onde atualmente é a Rua Comendador Baeta Neves (atual numero 24,na antiga Rua da Direita) Um filho do Coronel Galvão,de nome Fortunato Nunes Galvão tomou tiro do inimigo e veio a falecer num antigo casarão (de frente onde Ferreira de Rezende morava). 

  E com isso o velho Galvão não desistindo da luta ao ver o filho morto,disse assim : " É um que perco,mas três (filhos) ainda me ficam para darem a vida pela liberdade da nossa pátria. "

Na página 371 o autor conta uma fatalidade ocorrida também durante a Revolução de 1842,e diz:

  Em uma casa que havia quase defronte a cadeia,porém um pouco mais para o lado da Igreja do Carmo,morava em 1842 uma pobre mulher. Quando começou o ataque a Vila,foi tal susto que dela se apoderou,e a mulher fechou  todas as portas e janelas,ainda procurou um dos quartos,e ali foi esconder debaixo da cama. No dia seguinte quando se abriu a casa,foi encontrada a pobre mulher morta debaixo da Cama e banhada no seu sangue.

Nesse Capítulo o autor focalizou mais sobre a Revolução de 1842. 

(CONTINUA) 

  

terça-feira, 18 de agosto de 2020

MINHAS RECORDAÇÕES PARTE 2

   Continuando a focalizar o Livro  "Minhas Recordações" de Francisco de Paula Ferreira de Rezende. Hoje vou falar sobre o Capítulo 40,que vai da página 361 a 367,e o autor fala um pouco sobre Queluz ,atual Conselheiro Lafaiete.

                              foto:Imagens da Internet 

  Na página 361,o autor diz:

 " Quando cheguei a Queluz os homens que ali representavam o principal papel,eram os seguintes - O Barão de Suassuí que se dizia e ao princípio assinava Barão de Sussuí,o Coronel Antônio Rodrigues Pereira que foi depois Barão de Pouso Alegre,e os dois irmãos Baetas. 

 O Barão de Suassuí parece que tinha algumas qualidades boas ;pois que tinha alguns amigos que lhe pareciam dedicados. Filho, porém,do último capitão-mor do lugar ...

 Sendo coletor em 1834 e recebendo a nomeação de substituto do juiz municipal daquele termo... " 

  Sobre o Coronel Antônio Rodrigues Pereira,o  Barão de Pouso Alegre Pai do Conselheiro Lafaiete, o autor nas páginas 361 e 362 diz assim :

" O Coronel Antônio Rodrigues era um velhinho magro e teso,e tinha sempre a cabeça tão erguida,que incomodava extremamente a quem a ele falava...

 Homem inteligente como quase toda a família...  Sendo fazendeiro e não tendo nem podendo ter conhecimento de direito,tinha ele entretanto,por costume dizer,que na qualidade de substituto do juiz municipal,nunca tinha precisado ou que poderia pelo menos sem o menor inconveniente dispensar qualquer assessor...

 Um dia alguém falou sobre o Marques de Caxias,e assim o Coronel Antônio Rodrigues respondeu " Não me falem em Caxias ! Caxias não é nada. Eu a frente de um exército valho mais do que ele. " 


 O autor também falou sobre a Família dos Baetas,e na página 362 ele conta que um Baeta veio de Portugal para o Rio de Janeiro. E depois veio para Minas. 

 Na página 364 o autor diz que o Português era conhecido como Baeta Velho e deixou para seus dois sobrinhos toda a sua fortuna. Os sobrinhos era o Comendador Joaquim Lourenço Baeta Neves (pai do Barão de Queluz que tinha o mesmo nome do pai) e o outro que conservou solteiro chamava Daniel Lourenço Baeta Neves.

A antiga rua da Direita de Lafaiete,hoje se chama Rua Comendador Baeta Neves e a praça da Matriz,Praça Barão de Queluz,homenagem a Família Baeta Neves uma das mais tradicionais de Queluz.  

(CONTINUA) 

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

MINHAS RECORDAÇÕES PARTE 1

 Hoje vou lembrar sobre o livro "Minhas Recordações" ,escrito pelo Juiz Francisco de Paula Ferreira de Rezende em 1887,que foi editado pela editora José Olímpio em 1944,e reeditado em 1987 pela editora Imprensa Oficial de Minas.

                     foto:imagens da internet 

  Esse Juiz escreveu esse livro que tem 477 páginas,sendo que nos capítulos  39 a 42 (entre as páginas 354 a 383) ,ele citou Queluz de Minas,atual Conselheiro Lafaiete,cidade em que morou e exerceu o cargo de Juiz entre o ano de 1857 a 1861,e ele mesmo diz isso no próprio livro na página 383. Sendo que morou na Praça Barão de Queluz de frente Para a Matriz,na casa onde era o Fórum. 

  Sobre a Velha Queluz,Francisco de Paula no capítulo 39 na página 354 assim ele diz:

 " Antigo Arraial de Carijós,a atual Cidade de Queluz foi elevada a vila em 1791 (correto é 1790) ,pelo Capitão general Visconde de Barbacena. Composto de Campo e mato,a indústria do município em 1857 consistia : primeiro na criação de animais,sobretudo muares, cujo preço era de 50 $000 mais ou menos na idade de um a dois anos; segundo , na cultura da cana em ponto maior ou menor ; e terceiro finalmente, na de mantimentos,para a qual a mata era boa e os capões ainda melhores. 

 Queluz , era portanto,naquele tempo,como creio que ainda é hoje,um dos melhores celeiros de Ouro Preto. Além dos tecidos de algodão para o uso doméstico e que se encontravam por toda parte,havia na freguesia da vila uma fazenda ou um lugar chamado S. Gonçalo onde se faziam umas colchas ou antes cobertores de lã,alguns dos quais tinham no centro as armas imperiais,obra tão bonita e tão perfeita que apesar de ser o seu custo de 50$000 ,não era fácil de obtê´los; visto que além de serem muito procurados,sobretudo para presentes,na corte e na província ;até para a Europa ,segundo depois vim saber... " 

 No Capítulo 39 o juiz também mencionou Itaverava por causa de ter sido o local da primeira descoberta de ouro,falou também de Catas Altas e Brumado (atual Entre Rios).  Falou também sobre a localidade de Passagem de Gagé (pertence a atual Conselheiro Lafaiete) na página 355,e lá também foi destaque por terem encontrado ouro nessa localidade,e fala de um senhor que era dono daquelas minas de ouro. Também falou sobre a Quaresma em Queluz,onde existia a tradição da Serração da Velha,sobre a Charola que era um pequeno andor do Senhor dos Passos. E sobre a Igreja do Bom Jesus de Congonhas,e sobre o jubileu,e naqueles tempos a cidade pertencia Queluz.

 E o Capítulo 39,vai da página 354 a 360. 

 (CONTINUA) 

 

domingo, 9 de agosto de 2020

DOM PEDRO II EM QUELUZ PARTE 2 E FINAL

  Hoje vou continuar a falar sobre a presença do Imperador Dom Pedro II em Queluz,atual Conselheiro Lafaiete.

foto:imagens da internet 


  No dia 29 de março de 1881 Dom Pedro II pernoitou em Queluz,existe algumas versões onde ele teria sido hospedado.

  Segundo o livro inédito de Padre José Duarte na página 61,diz que em 1881 Dom Pedro II a caminho de Ouro Preto e Mariana,hospedou-se em Queluz na Casa do Barão de Suassuí.  (Na verdade deve se tratar de 1889)

  Mas Já no Livro Subsídios para a História da Ex Queluz de Minas,o autor José Damasceno Pinto diz que Dom Pedro II veio a Queluz em 1881 e 1889,sendo na última vez pernoitou na Casa do Barão de Suassuí. 

  Já o Jornal Do Comércio de 3 de abril de 1881,diz que Dom Pedro II hospedou-se na casa do Fazendeiro Francisco de Assis Bandeira e as outras pessoas da comitiva na casa da SRA . Baronesa de Queluz. Toda a Hospedagem corre por conta da Câmara. Com essa notícia confirma onde o imperador  hospedou se na casa de Francisco de Assis Bandeira,mas não fala onde era essa casa,e sei que ele era Violeiro. Já o resto do pessoal ficou na casa da baronesa (o Barão de Queluz havia morrido em 1880).  

  Também no livro "Sítio Histórico" fala que no Solar dos Furtado Bandeira,Praça Barão de Queluz,na casa de número 169 guarda a cama em que pernoitou o imperador Dom Pedro II ,quando de sua viagem a Minas.  Mas eu não sei se foi lá que morou o violeiro Francisco de Assis Bandeira. 

    No dia 30 de março,o imperador partiu de Queluz rumo a Ouro Preto,e em seu relato,diz que  atravessou o Ribeirão da Varginha,que dividia Queluz com Ouro Preto,e o caminho é bom porém montanhoso. Esteve na Varginha do Lourenço,zona rural de Queluz,na casa onde se reuniram os Inconfidentes e pertencia ao João da Costa. E lá viu mesas e os bancos corridos,de encosto,onde se assentam e feitos de maçaranduba e estão colocados na varanda. (http://www.estamosassim.com.br/a-visita-do-imperador-d-pedro-ii-a-minas

 Sobre a Visita do Imperador a Queluz em 1889,não tenho notícias concretas,e apenas a suspeita dele ter se hospedado no Solar do Barão de Suassuí. 

sábado, 8 de agosto de 2020

DOM PEDRO II EM QUELUZ PARTE 1

   Hoje Vamos lembrar a Passagem do Imperador Dom Pedro II a Queluz ,atual Conselheiro Lafaiete. Que aqui esteve nas viagens de 1881 e 1889. Na primeira parte vou focalizar sua chegada à cidade em 1881. 

foto: imagens da internet 

  O Imperador Dom Pedro II e a sua esposa Tereza Cristina partiram do Rio de Janeiro no dia 21 de março de 1881,às 6 horas da manhã,com o destino de conhecer o Estado de Minas Gerais.

 E no dia 29 de março de 1881 Dom Pedro II esteve em Queluz. 

 No diário do Imperador sobre a Viagem à Queluz diz assim:

 " 29 (terça feira) Dormi bem. Saída às 6 horas (...) Do Alto das Bandeirinhas já se avistam casas de Queluz. Parou-se em algum lugar por causa das liteiras. O tempo das pequenas paradas e o do almoço andariam por menos de duas horas. O coronel Pereira apontou-me suas terras do Ribeirão do Inferno e Queluz. Possui outras fazendas que dão lhe 50 crias de mulas e 100 de poldros do ano. Antes de Queluz,atravessa-se o Ribeirão das Bananeiras,onde não vi nenhuma. Ouvi falar também do Alto do Paraopeba,de onde se goza de vista extensa e bela,e da ponte deste rio que ainda não é navegável para canoas nessa altura. Á várzea por onde serpeia o bananeiras é bonita ,assim como a entrada em Queluz por um novo caminho que se fez no alto do morro. No fundo da cidade e fim de uma subida está a igrejinha de Santo Antônio e no fundo alteia-se a Serra do Ouro Branco,coroada de nuvens douradas pelo sol que se punha pelo lado oposto. O aspecto da cidade é mais pitoresco que o de Barbacena. 

  Descansei um pouco conversando com a família de Washington,filho do Coronel Pereira,e sai para ver aulas que são duas - agradando-me de meninos; cadeia bom edifício por acabar internamente,porém onde falta quase tudo,não tendo os soldados da polícia nem baionetas nem sabres - baionetas : Câmara Municipal que se acabou de arranjar hoje - bonita fachada a que não corresponde o resto - puseram as armas do Brasil dentro do antigo escudo Português,que quiseram aproveitar - e voltei para a casa.

 Apareceu o Violeiro (fazem-se aqui muitas violas) a que veio tinha caixa de pinho e braço de jacarandá,sendo os embutidos de Cabiúna. O rapaz tocou bem a viola e melhor violão feito aqui. As ruas de Queluz não são de fácil trânsito,sobretudo de noite. Antes de ouvir o Violeiro,houve Te Deum na Matriz. Arranjaram no sofrivelmente. Na Capela Mor há pinturas que,talvez,não seja más,porém a falta de luz não me permitiram vê-las bem. Conversei com a mulher de Washington Pereira,filha de Luís Antônio Barbosa ,que ,lembrou-me tê-la eu interrogado num colégio de Niteroí. Parece-me excelente senhora e muito inteligente. Recolhi-me depois das nove. " 

Fonte: Diário do Imperador Dom Pedro II, e reportagem no Jornal Correio de Minas ,na coluna garimpando de Avelina Maria Noronha 13/4/2020)

  Nesse texto é possível ver que Dom Pedro II esteve na Fazenda dos Macacos (porque cita o Coronel Antônio Rodrigues Pereira pai do Conselheiro Lafaiete,mas não cita o nome da fazenda),depois esteve no Alto das Bandeirinhas,depois atravessou o Rio Bananeiras,e de longe viu a igreja de Santo Antônio,foi na Matriz Nossa Senhora da Conceição e também elogiou as Violas de Queluz e disse que foi o melhor som de viola que já ouvi ao ver o Salgado Velho tocar a Viola.

  No próximo artigo vou continuar esse assunto.


  ( CONTINUA) 


quinta-feira, 30 de julho de 2020

DOM PEDRO I EM QUELUZ



                                                     foto:imagens da internet 


   O Imperador Dom Pedro I em apenas duas oportunidades esteve em Minas Gerais,nos anos 1822 e 1831. Sendo que nessas duas passagens a Minas,Dom Pedro I esteve na Villa Real de Queluz.
    Segundo a Cartilha Conselheiro Lafaiete 1680- 2011 Conhecendo Nossa História na página 11 diz assim:  " Em janeiro de 1822 Dom Pedro I se voltou contra a Coroa Portuguesa e decidiu estabelecer um novo governo para o Brasil. Em suas viagens pedindo apoio a sua decisão,esteve na Real Villa de Queluz,em abril ,meses antes da proclamação da independência do Brasil. "
  Vimos que o imperador veio a Queluz em abril e no dia 7 de setembro de 1822 foi proclamada por ele a Independência do Brasil.
 No Livro " O Município de Conselheiro Lafaiete (História e evolução política) de 1985,escrito por José Martins Sobrinho,na página 11,diz que a Câmara de Queluz mantinha contato com correspondência ,entre o Juiz Ordinário João Ribeiro da Silva (que à época era o cargo equivalente a Presidente da Câmara) com o imperador Dom Pedro I, informando a política da época.
  Segundo informações de pessoas mais antigas ,em 1822  Dom Pedro I teria hospedado na Estalagem da Varginha (Zona Rural de Conselheiro Lafaiete). Também existe uma informação que ele teria se hospedado também na extinta Fazenda do Lençol (era região da Fazenda dos Macacos) também zona rural de Lafaiete,mas não descobri a data.
  A Revista do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro de 1897,diz na página 365,Como Foi a Viagem de Dom Pedro I á Minas.

  " A Câmara (de Queluz) beija as mãos à vossa majestade,e confessando a maior adesão à sua imperial pessoa, afirma de novo o seu amor, a sua fidelidade,e a sua firmeza nos sentimentos constitucionais. Real Villa de Queluz, 27 de fevereiro de 1831. José Ignácio Gomes Barbosa . Manoel Pinto Brandão. João Lopes Teixeira Franco. Antônio de Souza Moreira. Antônio Joaquim de Souza Pena. Antônio Ribeiro Andrada. João da Mata Fernandes.  "

Na página 364,da Revista do Instituto,diz que o Imperador chegou à Queluz,as 9 da manhã do dia 27 de fevereiro de 1831,e saíram de Queluz às 4 horas da  manhã do dia seguinte. À época o Presidente da Câmara era José Ignácio Gomes Barbosa (O Barão de Suassuí).
 Essas são as poucas informações que tenho do Dom Pedro I à Queluz.


quarta-feira, 29 de julho de 2020

NAIR HENRIQUES DE AZEVEDO

Se fosse viva ,hoje dia 29 de julho minha avó materna Nair Henriques de Azevedo,estaria completando 100 anos.

foto ao fundo: Minha avó com o autor desse escrito,foto de 1987.


Nascida em 29 de julho de 1920,No dia de Santa Marta,na zona rural de Santana dos montes,E seu nome era Nair Marta Henriques.Filha de José Felisberto Henriques e Maria Luiza Henriques.
Casou com meu avô Avelino de Azevedo filho,em 14 de novembro de 1938.
Morou no bairro Fonte Grande,em Conselheiro Lafaiete a partir da década de 1950.
Faleceu em Conselheiro Lafaiete em 6 de agosto de 1988,aos 68 anos.

domingo, 26 de julho de 2020

REVOLUÇÃO LIBERAL DE 1842

REVOLUÇÃO LIBERAL DE 1842 



   foto: Reprodução


   Hoje dia 26 de julho,faz 178 anos da Batalha da Revolução Liberal de Queluz ocorrida em 1842,na Vila Real de Queluz (atual Conselheiro Lafaiete).
   Numa época que não havia fotografia,foi deixada para nós uma Litografia de como era a Vila de Queluz em 1842 feita por Heaton e Rensburg.


Os Números correspondem assim:

1 Entrada das Forças do Galvão ( 700 Soldados)no Largo de Santo Antônio (a capela do santo já existia)
2 Entrada das Forças do Alvarenga ( 800 Soldados) parte veio do atual Pinheiros (Bairro São João) e outra do Lava pés (Atual Progresso)
3 Capela do Carmo ,onde se entrincheiraram as Forças Legalistas do Duque de Caxias
4 Local que indica o patamar sobre o qual foi colocado o barril que continha a cabeça de Tiradentes,para receber nova provisão de sal (isso aconteceu em maio de 1792 na atual Rua Comendador Baeta Neves,mais ou menos em frente ao Colégio Nazaré,onde existia uma venda)
5 Rua da Direita,atual Comendador Baeta Neves (Que naqueles tempos só existia uma estreita passagem que ia para a igrejinha de Santo Antônio)
6 Casa da Câmara ,no lugar onde foi a Macol (Praça Tiradentes,37 isso segundo o historiador Vicente Racioppi). Mas segundo o Jornal " Minas Jornal " de 11/6//1942,diz assim sobre a Revolução: " A Matriz era a mesma,a Câmara Municipal e a cadeia funcionavam num sobrado que existiu no local onde hoje está o posto Esso,na Avenida Benedito Valadares " ( A casa que também funcionou a Câmara era na atual Avenida Prefeito Mário Rodrigues Pereira,atual numero 184,que foi incendiada em 1959 e demolida em 1979,que pertencia o Coronel Albino).
Mas no desenho observamos o casarão de 2 andares,só que o desenhista colocou mais ou menos onde é a praça Tiradentes,sendo que ele pode ser que ele deve ter se equivocado na hora de fazer o desenho. Acredito que nessa época a Câmara já era ali na avenida Prefeito Mário Rodrigues. ( A Câmara funcionou a Praça Tiradentes em 1790 quando foi criada e depois mudou para a avenida Prefeito Mário Rodrigues só não sei a data dessa mudança)
7 Matriz Nossa Senhora da Conceição,que serviu de forte para as forças Legalistas.
8 (não visível na foto acima,está ao pé na parte direita da foto,o oposto do número 1) Entrada do Capitão Marciano Pereira Brandão,com 100 soldados,tendo deixado 70 nas estradas que vão para Suassuy e Congonhas . ( Região do atual Bairro Santa Efigênia,que na época era a Rua dos Dois Barrancos,e existia poucas casas) .

O dia 26 de Julho de 1842,é importante para Queluz,porque foi o único local que os Liberais venceram os Legalistas de Duque de Caxias. 

sexta-feira, 17 de julho de 2020

SOLAR BARÃO DO SUASSUY


     SOLAR BARÃO DE SUASSUY 


                                                                                                                         foto:Arquivo Pessoal,em 2015. 
  
    Hoje dia 17 de julho,faz cinco anos que o casarão foi entregue oficialmente restaurado,após anos de abandono. A Inauguração do Centro Cultural Solar do Barão de Suaçuí foi inaugurado numa sexta feira 17 de julho de 2015.
  Esse Casarão ficou conhecido como " Castelinho " porque na década de 1980,lá funcionou uma danceteria com esse nome. No passado esse casarão era conhecido como casa da dona Ziroca. Mas até hoje o local é conhecido como Castelinho.
   

    HISTÓRIA

   Esse casarão foi propriedade do último capitão-mor da Real Vila de Queluz,José Ignácio Gomes Barbosa,que deixou por herança a seu filho de mesmo nome,que veio a ser agraciado com o título nobiliárquico de Barão de Suassuy. 
 O Casarão tem sua construção do Século XVIII,é um casarão legítimo de arquitetura Mineira,das vilas Setecentistas,localizado na Rua Barão de Suassuy esquina com Rua Cefisa Viana,no centro de Conselheiro Lafaiete.
 O casarão tem a data de 1787,em sua fachada,que essa data deve ser quando reconstruiu o casarão.
  Segundo o livro inédito de Padre José Duarte,diz que em 1785,o Capitão Manoel Pereira Brandão (II),teria reconstruído esse casarão,e nele morava Apolinário Pereira de Araújo (pais do Cônego Santa Apolônia e Padre Farjado),e depois foi passada para o Barão de Suassuy e deste para seus Herdeiro o Capitão Antônio Tavares Furtado de Mendonça.
 O Solar na segunda metade do século XVIII,teria sido residência do Padre José Maria Farjado de Assis (falecido em 1839),já  o seu irmão Cônego Francisco Pereira de Santa Apolônia (1743 - 1831) morava na casa de frente para a Igreja Matriz,casa que foi fórum até 2013,onde hoje é o Edifício Dimas Pena.
 O Barão de Suassuy deve ter sido o que morou mais tempo no local..

BARÃO DE SUASSUY



    O Casal José Ignácio Gomes Barbosa e Antônia Jesuína de Melo ,Barão e Baronesa de Suassuy. 
foto: Reprodução 


 Segundo o Historiador Allex Milagre,José Ignácio Gomes Barbosa, " Barão de Suassuy " ,nasceu em São Caetano do Paraopeba,época distrito de Queluz (hoje pertence a Cristiano Otoni),era filho do Capitão-mor José Ignácio Gomes Barbosa (nascido em 1774) e Maria Joaquina de São José.
 O Barão foi o Primeiro Presidente da Câmara Municipal de Queluz entre 1829 e 1844,e foi depois agraciado com o título de Barão de Suassuy,pelo imperador Dom Pedro II em 2 de dezembro de 1854. E sua esposa Antônia Jesuína de Mello,foi agraciada com título de Baronesa de Suassuy.
  Barão faleceu em 13 de novembro de 1869,também em Queluz,e a baronesa em 22 de maio de 1869.
 Contam que a Baronesa chegou a ter 63 escravos.

PADRE FARJADO

 Padre José Maria Farjado de Assis,morou nesse casarão,nascido em Carijós,atual Conselheiro Lafaiete,foi inconfidente. Foi ordenado sacerdote em 1768 ,segundo escritos inéditos de Padre José Duarte.
 Foi Vigário de Santo Antônio na cidade de Tiradentes entre 1796 a 1799.

 Faleceu em 1839.

 O SOLAR

   Segundo o saudoso Historiador Allex Milagre,no início do século XX,nesse casarão morou Maria José Gerspacher Schimitz,e em seu livro "Nossa Vida",ela diz que o casarão tinha 15 quartos,3 salas,uma capela belíssima,um salão e tinha muitos imóveis antigos, relógio,quadros,piano e etc. E durante a revolução de 1842,um quadro de Nossa Senhora da Piedade teria sido roubado e mais tarde recuperado,e tinha um Cristo de Marfim,um bonito Menino Jesus e rico oratório.

  O QUE FUNCIONOU NELE 

  Com o passar dos tempos ele foi apelidado de Casarão da Dona Ziroca. Nos Anos de 1930,funcionou o Colégio Monsenhor Horta,foi Fórum da Comarca na década de 1950,Sede da Faculdade de Comércio Exterior,Grupo Escolar Inconfidência,e na década de 1980,funcionou o Clube Social Castelinho,depois bares,local para curso de informática por volta de 2001 e depois ficou fechado por anos.
  Em 2011,houve um incêndio que quase destruiu o imóvel,mas a partir de 2013 deu início o seu restauro,e em 17 de julho de 2015,oficialmente foi entregue pronto o Solar do Barão de Suassuy,com várias salas.

Fonte:Pesquisas diversas,Site da Prefeitura Municipal de Conselheiro Lafaiete,Livro inédito de Padre José Duarte de Souza sobre Matriz de Lafaiete,anotações escritas do Historiador Allex Milagre em Jornal Correio da Cidade em 2003 e 2007.

quarta-feira, 13 de maio de 2020

REGIÃO DA JACUBA

REGIÃO DA JACUBA

  Essa região da Jacuba,que também é conhecida como "Barroso" ,localiza na zona rural de Conselheiro Lafaiete.
  Região com muitos sítios localizada entre a estrada que vai do São João (Linhazinha) a São Vicente (antigo Tiririca). O Nome Jacuba,quer dizer água morna.
 


Arvore Pau de Oleo (nome correto é Copaíba) 
foto:Arquivo Pessoal  3/2/2018


foto:Arquivo Pessoal outubro de 2018

foto:Arquivo Pessoal em 2019

Antiga linha férrea da Jacuba

No passado nessa região também existia uma linha férrea na região ,e dali a linha ligava até a localidade de Maracujá (Queluzito) e a mesma foi desativada há Muitos anos. No Livro "A Sociedade São Vicente de Paulo De Queluz de Minas a Conselheiro Lafaiete " o Historiador Allex Milagre na página 22 diz ,que para a Construção do Hospital São Vicente iniciada em 1963,através do Deputado Agostinho Campos Neto ,conseguiu vender a sucata da Estrada de Ferro Jacuba - Maracujá para angariar fundos para o hospital.
Havia também uma linha férrea que vinha da Estiva( Novo Horizonte) passando pelo Moinhos (parte rural)  até Jacuba, também desativada há muitos anos.
Por causa dessa antiga linha,a região conhecida como "Linhazinha" ganhou esse nome, por que passava a linha próximo ao hoje final desse bairro, perto dos Bianchettis. 

Manancial Jacuba 


Lagoa da Jacuba 
foto:Imagens da Internet  

O Manancial Jacuba foi inaugurado em 7 de Setembro de 1962. Esse reservatório hoje abastece 30 % da água de Lafaiete.

Em frente a Prefeitura de Lafaiete,tem uma placa comemorativa do Novo Abastecimento d' água da Jacuba ,foi obra do Prefeito Telésforo Rezende e com auxílio do Deputado Federal João Nogueira de Rezende. 


Reservatório da Jacuba em Construção
foto:Tarcísio Souza 

Lagoa da Jacuba vista do alto da estrada
foto:Arquivo Pessoal 2020 

Notas Antigas  Diversas

          *  Chegou a especular em minerar no local nos fins do século XIX (Por volta de 1896),mas não chegou a minerar.  
          * Segundo Antônio Perdigão,em 1896, seu tio José Luiz Perdigão possuía pastos na Jacuba e na Vargem do Barroso,com jazidas de minério que foram trocadas pelas terras da "Gabiroba" ,no povoado de Barrozo. Doc. Hist n° 47. 
  *  Parte dos terrenos chegou a pertencer a antiga Companhia Santa Mathilde mas em 2013,venderam em um leilão. 

Na metade do Século 19 por volta de 1850,o senhor Antônio Luiz Perdigão se fixou na região dos povoados de Violeiros ,e também em Barroso e na Fazenda do Saco. Isso segundo o seu neto de mesmo nome,que foi historiador, no seu livro sobre a família Batista Perdigão.  
*  Em 1885 o Antônio Luiz Perdigão, vendeu em Barroso ,uma chácara para o senhor Cândido Antônio de Moraes. O Velho Antônio Luiz Perdigão morreu em 1889. 
* Curiosamente descobri que em 1930 o meu bisavô José Felisberto Henriques (falecido década 1940) comprou um terreno em Barroso,segundo o jornal de Queluz de abril de 1930,mas não morou muito tempo. 

Barroso  nos dias de hoje

Como falei é o mesmo Jacuba. Embora exista uma fazenda ainda com esse nome,localizada na região do Pau de Óleo . O Nome deve ser por causa do Barro proveniente de córregos e rios da região. 
Próximo a Linha férrea o local é conhecido como Travessia do Barroso (a 1° travessia)

foto:Arquivo Pessoal 3/8/2019

Já a outra travessia (2° ) vai para o Condomínio Recanto do Eldorado.



Linha férrea e Condomínio atrás
foto:Arquivo Pessoal 6/5/2018

Fazenda do Saco

Essa fazenda é após Jacuba e antes da conhecida Biquinha. Só não sei se ainda mantém o nome.
No final do Século XIX era proprietária da Chácara do Saco a senhora Zeferina Maria do Amor Divino .  (fonte: Antônio Perdigão,livro família Batista Perdigão).
 Segundo o historiador Quincas de Almeidas em uma das sínteses de cartas assim escreve:
" Antônio Duarte Côrrea vendeu a José Vargas Branco,no lugar denominado Saco,da Freguesia de Queluz,uma sesmaria de terras que havia sido do defunto Miguel Côrrea de Faria.
No Livro de Registro da Câmara de Queluz diz assim:
" 1803. Antônio José Barbosa. Inv. Ana Camila , viúva. Filhos: Joaquim, 7 anos ; Feliciano ; Januário ; Antônio e José . Fazenda do Saco, da Aplicação de Queluz. terras herdadas do pai falecido. " 
        Sobre o nome eu não sei o motivo.Mas tenho duas teorias, Em Geografia um  acidente geográfico é chamado de Saco quando tem água protegidas por barreiras ou baías, e naquela região existe lagos próximo a rios ,e talvez por isso. Ou talvez seja onde produzia sacos. Mas é apenas teoria,quem souber me fale nos comentários.