segunda-feira, 31 de julho de 2023

BAIRRO MORRO DA MINA - PARTE 2

  Em postagens anteriores de dezembro de 2017,falei sobre a mineração do Morro da Mina (partes 1 e 2) e também falei sobre o Bairro Morro da Mina . Quem não viu pode lá conferir nos arquivos do blog de dezembro de 2017.

  Hoje na segunda parte vou recordar sobre esse antigo bairro de Conselheiro Lafaiete. Numa postagem do jornal Panorama,o historiador Antônio Luiz Perdigão (1918-2010) falou sobre o bairro numa postagem de março de 1979.


 Região do Morro da Mina,por volta de 1938

foto:Acervo do Jornal Panorama

 

Assim Antônio Perdigão escreveu no Jornal Panorama edição de março de 1979 sobre o Bairro Morro da Mina:

   " A razão do nascimento e desenvolvimento deste bairro é a mina de manganês, de forma que tudo girou em torno da exploração, desde pessoas, negócios e moradias.

Morro da Mina era o nome dado à colina que se localiza ao norte de Lafaiete, onde se pesquisava o ouro. Inicialmente como grande produtor de manganês, ainda assim esse minério era considerado de baixa porcentagem. Com o passar do tempo Morro da Mina passou a ser um dos maiores produtores no mundo.

Antigamente a propriedade nada valia, e foi vendida por Francisco Antunes Siqueira a Artur Fornazini em 1896, e, somente em 1901 foi iniciada a exploração. No final deste mesmo ano a propriedade foi passada para o grupo G. E. G. Fontes & Cia, já que a exploração exigia maiores recursos financeiros para sua execução. Os primeiros engenheiros a prestarem orientação técnica foram Lopes Ribeiro e Joaquim Almeida Lustosa, este último continuou até 1921, ano em que a empresa foi formalizada com o nome de Companhia Morro da Mina.

Durante a guerra na Europa, de 1914 a 1918, a mina exportou grande quantidade de minério, gerando sua prosperidade. Em 1920, a United Steel Corporation teve interesse pela mina e a Companhia Meridional, sendo sua subsidiária, tornou-se compradora da mina.

Quando o Barão de Queluz trouxe água potável para a cidade, em 1880, os mananciais estavam no Morro da Mina e por canalização eram trazidos até o Largo da Matriz, onde ficava o grande Chafariz.

Em 27/10/1906 foi celebrado um contrato assinado entre a Câmara Municipal e a Companhia Meridional, sendo que esta última faria o abastecimento com águas oriundas do manancial da Mostarda. A Companhia Meridional construiu uma grande caixa d’água para abastecer a população.

De início, o armazém do Sr. Castanheira era o único que abastecia a população com gêneros diversos, este armazém, mais tarde foi repassado à Firmino Augusto Lana. Já o primeiro açougue pertencia à José Bernardino.

A Escola Meridional foi uma das primeiras escolas a funcionar na cidade, ela foi fundada 08/08/1915, e foi organizada e mantida pela Companhia Meridional. O primeiro diretor foi o profº José Augusto de Almeida, em seguida ocupou a diretoria Lúcia Maria Bandeira Furtado de Mendonça, mais a frente, D. Geny Paes Sanna, e atualmente ocupa a diretoria a senhora Sarah Sanna Sanella. A Companhia inaugurou um novo prédio para a escola, a qual foi colocada no centro de belo e vasto jardim, com seção de mineralogia, quadros e peças diversas.

O bairro, sempre socializado, abrigava pessoas alegres e promovia festas culturais e esportivas. Nas festas religiosas e também em outras, havia apresentação do coral regido pelo mestre Abílio Dias, este coral se originou da Banda União Musical de São José (1918) que era regida pelo profº José Augusto de Almeida. O salão social do bairro serviu para animados bailes, festas e peças teatrais, mais a frente este local passou a servir como espaço para aulas de catecismo, dadas pela saudosa D. Ziroca.  A maioria dos habitantes do bairro era de formação católica. Havia antigamente uma capela de madeira, cujo padroeiro era São José, esta capela era desmontável e devido ao pouco espaço que nela havia, o Santíssimo era guardado em uma casa do lado. Hoje, a capela que existe é de alvenaria e está subordinada à paróquia do Sagrado Coração de Jesus, sob a orientação do Monsenhor Hermenegildo Adami de Carvalho.

Os carnavais do Morro da Mina eram os mais animados, e, nos bailes havia a participação da orquestra local. No centro da cidade o povo esperava o “cordão do Morro da Mina”, que os animava na praça Tiradentes. Os animadores do cordão e do carnaval foram Chico Cardoso, Antônio de Almeida e Antônio dos Santos. Outra atração carnavalesca era o Bumba-meu-boi, sob a direção do Sr. João Paulino e a seguir do Sr. João de Deus.

O bairro destacou-se também nos esportes. O Meridional Esporte Clube foi fundado em 07/09/1922 e atuava num campo deste bairro, já na década de 30 passou a atuar à Rua Barão de Suassuí, no antigo campo do Queluziano. Atualmente neste bairro encontra-se o melhor campo de futebol da cidade, com gramado e iluminação, pertencendo ao Mineiro Esporte Clube.

Pessoas de todas as ruas e bairros são lembrados pelos serviços prestados, dos quais estão os benfeitores Chico Cardoso, Domingos Ramos, Paulino Ricieri, D. Virgínia Rodrigues dos Santos, José Rosa de Lima e seu irmão Nestor, além destes, os antigos operários Antônio Felipe Ferreira, e ainda, Serafim Sanna, que durante anos fez parte da diretoria da Companhia. Desde que entrou, em 1915, ajudou a fundar a escola, também incentivou a banda de música, apoiou o carnaval, o esporte e a igreja, e ainda criou a biblioteca da escola, que tem seu nome como patrono.

Uma das características apresentadas pelo bairro é a nomenclatura das ruas, que em vez de nome, possuem números para identifica-las. Hoje já não existem as construções antigas, e, novas casas, comércio, farmácias formam o bairro, que é ligado ao centro por ruas asfaltadas."

 Fonte: Jornal Panorama, Ano II, nº 66- Março de 1979

 http://bibliotecalafaiete.blogspot.com/p/ruas-pracas-e-avenidas-da-cidade.html

MORRO DA MINA APÓS 1979

  A capela de São José do bairro foi reformada em 1995,e agora também ela vai passar por outra reforma.

  A Antiga Escola Meridional foi desativada. E a nova escola Municipal Meridional foi construída na parte alta do bairro Morro da Mina e entregue pela Empresa Vale . E sendo inaugurada em 25 de julho de 2023. 

 A Mineração do Morro da Mina,  desde dezembro de 1999 está sob o comando a empresa Vale.

Mineração morro da mina  nos tempos atuais          foto:Imagens da internet

Veja também:

postagem Cruz da beata (março de 2017) ,Mineração em Queluz (partes 1,2 e 3 - postagem de julho de 2018) e Orville Derby em Queluz (julho de 2021) .

sexta-feira, 28 de julho de 2023

PRAÇA GETÚLIO VARGAS - PARTE 4 ( GETÚLIO VARGAS JÁ ESTEVE EM LAFAIETE ? )

Hoje vou lembrar do artigo que o historiador Antônio Perdigão (1918-2010) escreveu para o Jornal Panorama em 1979,falando sobre a Praça Getúlio Vargas,bairro Centro de Conselheiro Lafaiete. E também vou falar se Getúlio Vargas se esteve ou não na cidade.

  Veja nas postagem de dezembro de 2017,eu escrevi sobre a Praça Getúlio Vargas partes 1,2 e 3 e mostra toda a evolução dessa praça desde os tempos que era apenas a Fazenda Castanheira. 

Praça Getúlio Vargas e a travessia da Central,foto por volta de 1940.

foto:Etelvino Leite
 

  Assim Perdigão,falou sobre a Praça Getúlio Vargas: 

" Localizada no final do caminho da Estação, perto da travessia que separava a cidade de Queluz do novo bairro de Lafayette, o local ficou conhecido por muito tempo por Largo do Castanheira. Castanheira adquiriu grande área do terreno, que começava desde o alto do morro, conhecido como Morro do Castanheira (atual conjunto do BNH) até ao Boqueirão.

No local onde inicia a Avenida Telésforo Cândido de Rezende ficava uma casa em estilo colonial, ao lado do armazém. Nos fundos um grande rancho que servia aos tropeiros, que transportavam cargas para o interior. Todo o comércio e movimento se concentrava nas terras do Senhor Castanheira.

O movimento ferroviário fez crescer o bairro do outro lado da linha férrea, fazendo com que grande parte do comércio descesse para as proximidades da Estação. Após a Guerra do Paraguai, a atual Rua Melo Viana recebeu o nome de Rua do Riachuelo e o Largo do Castanheira passou a Largo do General Ozório.

O Largo, em franco desenvolvimento, foi tomado por residências e comércio, e, em 1895 abrigou a redação do semanário “Queluz de Minas”, que era dirigido por Luiz Leite. O marco principal do Largo foi o Hotel Meridional, que segundo algumas fontes foi construído por Zeca Albino. O prédio tinha status de local elegante, lá a Companhia Meridional de Mineração manteve seu escritório na cidade. O hotel possuía orquestra própria, por lá aconteciam bailes carnavalescos e comemorativos, banquetes importantes, reuniões políticas e tudo quanto era elegante acontecia lá. O hotel foi administrado durante longo tempo por Leonídio Dias.

Dr. Castilho Lisboa, jornalista e advogado, manteve seu escritório no Largo, local que tempos depois recebeu o nome de Tavares de Melo. Neste local funcionava também a papelaria e a tipografia do Martinho, o armazém do Luiz Frische, mais acima a casa de negócios de Firmino Vieira Júnior, onde futuramente foi instalada a primeira casa de máquinas de costura Singer, gerenciada por Lalentim. Funcionou ali também o jogo do bicho, que foi trazido para a cidade. O italiano Viscardo Lourezioni, conhecido como “Barbado”, colocava uma caixa no alto do poste contendo o nome do bicho que daria à tarde. Quando as apostas eram encerradas, Barbado descia a caixa e anunciava o nome do bicho premiado. Neste Largo havia também a farmácia do Chico Franco, que era ponto dos intelectuais e latinistas.

Na década de 20, no local onde existia uma casa, foi construído o palacete da família Castanheira, que tempos depois foi derrubada para a abertura da Avenida Telésforo Cândido de Rezende. Em 1927, o presidente da Câmara José Narciso Teixeira de Queiroz iniciou o calçamento da praça e a seguir de toda a cidade.

Devido à chegada dos primeiros automóveis, foi colocada na praça uma moderna bomba de gasolina. Em frente ao Hotel Meridional os “jahús” do Álvaro, Valentim e Careca, e depois os modernos ônibus do Zé Amarelo faziam os pontos de suas linhas que iam até o Bairro Santo Antônio. Na praça havia a casa de móveis de Samuel e a pastelaria de José Henriques. Aquela praça recebeu o nome de Getúlio Vargas, e, na década de 50, quando já era grande o movimento de ônibus urbanos e interurbanos, o então prefeito Telésforo Cândido de Rezende resolveu construir ali uma estação rodoviária, a qual foi demolida depois para a abertura da nova avenida.

Atualmente a praça abriga as Rádios Carijós e Clube, o Clube Atlanta, restaurantes, farmácias, escritórios, casas comerciais e o magnífico relógio público, doado pelo Rotary Clube de Conselheiro Lafaiete. A praça moderna e movimentada conserva duas coisas do tempo do Largo do General Ozório: O Hotel Meridional e o Sinal da Travessia, com seu som interrompendo o trânsito."

Fonte: Jornal Panorama, Ano I, nº 51- Maio de 1979

 http://bibliotecalafaiete.blogspot.com/p/ruas-pracas-e-avenidas-da-cidade.htm

  APÓS 1979

 Nos anos de 1980,foi construído o Viaduto Duartina Nogueira de Rezende e inaugurado em 1981,e com isso o citado relógio foi transferido em frente ao prédio dos Irmãos Oliveira (na avenida Prefeito Telésforo,número 100). E a praça virou calçadão e hoje ponto comercial de diversas lojas e camelôs. 

 GETÚLIO VARGAS JÁ ESTEVE EM CONSELHEIRO LAFAIETE ?

  Curiosamente o escritor lafaietense José de Assis Silva,em 2013 lançou o livro " Lafaiete de Getúlio a JK  (três décadas da vida de uma cidade) .  Mas nesse livro falou do período desses dois presidentes comandavam o Brasil,e como era a realidade de Conselheiro Lafaiete entre os anos de 1930 a 1960. Mas no livro não falou nada se Getúlio veio a Lafaiete.

  Dizem os antigos que Getúlio Vargas já esteve sim em Conselheiro Lafaiete. Mas não encontrei nenhum registro oficial  da vinda do ex presidente a cidade. 

  No dia 31 de maio de 1931 ocorreu na Igreja de São Sebastião de Lafaiete (a cidade ainda chamava Queluz ) a benção da nova igreja,e sendo que na ata fala da presença de algumas pessoas na igreja como o bispo da época Dom Helvécio,e cita que Olegário Maciel era o Presidente de Minas Gerais (à época) (não é certo se ele esteve no dia) e cita o Presidente do Brasil Getúlio Vargas. Mas pela data não seria possível estar em Lafaiete nesse exato dia veja porque. 

  No site de Aparecida confirma que Getúlio Vargas esteve no Rio de Janeiro em 31 de maio de 1931 no Rio de Janeiro,no dia que vários fiéis estava na capital federal no dia que o presidente Getúlio decretou Nossa Senhora Aparecida como Padroeira do Brasil.  (saber mais veja esse link abaixo).

 Como em 1931 para ir ao Rio de Janeiro só havia possibilidade de ir por trem que era mais de 12 horas só ida ou  de carro era muito demorado. Nessa data Getúlio Vargas não veio a Lafaiete.  

 Posso concluir que em 31 de maio de 1931,Getúlio Vargas não poderia ter vindo aqui em Lafaiete,já que ele no mesmo dia participou de um grande evento no Rio de Janeiro,pelo que li na ata eu entendi refere a quem era o  presidente da época e não que ele tenha vindo na igreja. Vou continuar a pesquisa para ver se consigo alguma informação concreta se Getúlio teria vindo a cidade em uma outra ocasião,quem souber fale nos comentários.

Fontes:

  /www.a12.com/academia/artigos/por-que-nossa-senhora-aparecida-e-padroeira-do-brasil

ttps://www.minasgerais.com.br/pt/atracoes/conselheiro-lafaiete/paroquia-de-sao-sebastiao

terça-feira, 25 de julho de 2023

AVENIDA PREFEITO MÁRIO RODRIGUES PEREIRA

  Hoje vou falar da Avenida Prefeito Mário Rodrigues Pereira,região do bairro Centro de Conselheiro Lafaiete.

  Foi uma das ruas que mais trocaram de nomes. Primeiramente vou recordar um texto escrito pelo historiador Antônio Perdigão (1918-2010) para o Jornal Panorama de 1979 sobre a referida rua e depois falarei sobre a rua.

 No livro de Perdigão,ele diz que as ruas tiveram esses nomes : Rua do Carmo,Rua Barão de Triunfo, Avenida João Pessoa,Avenida Benedito Valadares,Avenida Nossa Senhora do Carmo e Avenida Prefeito Mário Rodrigues Pereira.  ¹

Avenida Pref. Mário R. Pereira na década de 1930

foto:Postagem do Facebook "Realmente Amigos de Lafaiete" (não identifiquei o autor da foto original).


 

Assim Perdigão escreveu para o Jornal Panorama na edição de Março 1979:

AVENIDA DR. MÁRIO RODRIGUES PEREIRA

  "Saindo do Largo da Matriz, atual Praça Tiradentes, havia uma estrada que servia de passagem para carros de boi e tropas, o qual dava acesso ao sítio das Bananeiras, hoje bairro Santa Matilde. Este trecho fazia parte da Estrada Real, que liga Rio de Janeiro à Vila Rica (Ouro Preto).

A capela de Nossa Senhora do Carmo, construída no século XIX, situada no início da rua dos Pinheiros, hoje Benjamin Constant, influenciou o núcleo residencial à sua volta. Perto da capela foi construído um sobrado, que abrigou a sede da Câmara Municipal da Vila de Queluz, neste sobrado residiu por longo tempo o Capitão José Albino de Almeida, conhecido por Zeca Albino.

Este antigo caminho recebeu o nome de rua do Carmo, devido à capela, e mais tarde passou a se chamar rua Nossa Senhora do Carmo.

Em 1894, alguns rapazes criaram o Grupo Cênico dos Carijós e em 1895 construíram nesta rua um barraco coberto de zinco, com paredes de paus roliços e taquara para apresentarem seus espetáculos. Neste mesmo ano, foi construído um prédio com dois pavimentos neste mesmo local, abrigando o Teatro Santa Cecília. Atualmente aí se encontra o Clube Carijós.

A rua cresceu e foi arborizada. O cemitério, que ficava no interior do adro da Matriz foi transferido para um morro atrás da capela do Carmo. Atrás da capela havia também a fonte do Carmo, que servia água fresca e limpa.

Em 1912 a rua do Carmo recebeu melhoramentos, neste ano foi fundado o Clube Carnavalesco Carijós, com sede inicial localizada em casa na esquina com a rua Assis Andrade. Em 1917 o clube adquiriu o prédio do Teatro Santa Cecília, onde permanece até hoje.

Em 1923 a rua recebeu o primeiro ginásio masculino da cidade, o ginásio Queluziano, que possuía seu Tiro de Guerra. A sede do ginásio foi ocupada posteriormente pelo Hospital Nossa Senhora do Carmo, e adiante pela delegacia de polícia. Nesta rua também funcionou a escola do Professor Virico, e após a revolução de 30 a rua passou a se chamar avenida João Pessoa. Em 1937 lhe foi dado o nome de avenida Benedito Valadares, depois de 1954 voltou a ser avenida Nossa Senhora do Carmo e atualmente, em homenagem ao grande médico e homem público tem o nome de avenida Dr. Mário Pereira.

Rua famosa e cheia de tradições, já foi palco do “Passo da Semana Santa”, abrigou chafariz, igreja, festas religiosas, farmácia, padaria, teatro, e também o prédio da escola Domingos Bebiano, construído em 1926. Grandes personalidades residiram aí como os presidentes da Câmara Zeca Albino e Aprígio Andrade, o prefeito Dr. Mário Pereira, Seu Virico, Oliveiros de Souza, Chico Barão, as famílias Albino, Albuquerque e Campolina.

Atualmente no local do antigo paço municipal, ergueu-se o Palácio da Prefeitura. Está situado também o moderno prédio do Clube Carijós, onde funcionou o Teatro Santa Cecília e o Clube Carnavalesco Carijós. A praça Nossa Senhora do Carmo, no fim da avenida nos remete à nostálgica capela do Carmo, com seus profetas e lendas."

 

Fontes: Jornal Panorama, Ano I, nº 50- Março 1979

  http://bibliotecalafaiete.blogspot.com/p/ruas-pracas-e-avenidas-da-cidade.html

¹  livro "De Villa Real de Queluz a Conselheiro Lafaiete (Pelas ruas da Cidade) edição de 2007 escrito por Antônio Luiz Perdigão. (Entre páginas 97 e 99)

 ² Escrito de Allex Milagre para o jornal Correio da Cidade,edição 23/8 a 29/8/2008 " A Memória do Doutor Mário Pereira" . 

Avenida depois de  1979

 Após 1979. Vimos sendo demolidas várias casas antigas,entre elas o solar do Zeca Albino (hoje é o atual numero 184)  em março de 1979 (mas já estava em ruínas após seu incêndio em 1959),a casa modernista do ex Prefeito Dr Mário em agosto de 2008 (atual número 84) ,sendo que em 2022 a casa antiga de número 158 também foi demolida e além de outras casas.

 A Velha Capela do Carmo era do Século XVIII ,demolida nos anos de 1950. E onde hoje é o Pronto Socorro Municipal (n° 175) no passado era o Hospital Nossa Senhora do Carmo que fechou em 1973. 

 Nessa avenida que ainda funciona a prefeitura Municipal (n° 10),,Pronto Socorro municipal (n° 175),Escola Domingos Bebiano (n° 248) e além de vários comércios . A avenida ainda é destaca por várias plantações de palmeiras do seu início ao fim.   

Avenida no ano de 2021,vendo as palmeiras e abaixo uma casa antiga (n° 104) que era da Família Mafuz.

foto:Autor da Postagem,6/4/2021


 Homenageado

 O Prefeito Mário Rodrigues Pereira foi prefeito de Conselheiro Lafaiete,entre 1934 a 1945. Sendo um dos melhores que passaram por nossa cidade. 

Prefeito Mário Rodrigues Pereira               foto:reprodução biblioteca pública de Lafaiete


 Segundo o Historiador Allex Milagre (1971-2009) o Prefeito Mário nasceu na fazenda da Cachoeira em Carandaí,aos 19 de junho de 1898,era filho do Major Francisco Rodrigues Pereira (Chico Barão) e Maria Alves Pereira.  E faleceu em 10 de setembro de 1964,aos 66 anos.  ²

Saber Mais

 Veja o livro "De Villa Real de Queluz a Conselheiro Lafaiete (Pelas ruas da Cidade) edição de 2007 escrito por Antônio Luiz Perdigão. Entre páginas 97 e 99

 Veja nos arquivos desse blog as postagens de ruas antigas parte 1 a 4 (novembro de 2017)  

segunda-feira, 17 de julho de 2023

MISTERIOSOS PROFETAS DA ANTIGA CAPELA DO CARMO

  Os mistérios da antiga Igreja Nossa Senhora do Carmo de Conselheiro Lafaiete,não param por aí. Nesse artigo vou falar sobre os dois profetas que existia sobre essa antiga capela.

 Para saber mais sobre CAPELA DO CARMO veja as postagens nesse mesmo blog nas edições de: maio e julho de 2017 e julho de 2019 e no artigo de ontem dia 16.

 

Capela do Carmo e os dois Profetas ,ano de 1927

foto:Museu e Arquivo Antônio Perdigão (cópia de Mauro Dutra de Faria)
 

Origem dos Profetas 

 Não se sabe ao certo quem mandou construir e nem quem idealizou. Sabemos que o padre Américo Adolpho Taitson era o pároco da Matriz no final do Século XIX e como ele mandou restaurar a matriz nos anos de 1890 e também fazer pinturas em 1915,tudo indica ser ele o que mandou o pedreiro Chico Alagoas fazer os profetas. E fica pergunta no ar ,Foi Padre Américo que mandou fazer os dois profetas ?

  Segundo o Arquivo do Museu Antônio Perdigão,em 1898 o pedreiro Francisco Antônio Alves (vulgo "Chico Alagoas") construiu os dois profetas,sendo ambos apontando pra cima ,mas um para esquerdo e outro para direita. Daí vem a crença popular que um apontava para o céu e o outro para o inferno.

 Vale lembrar que Padre Américo nunca acreditou nas lendas,só o seu sucessor Padre Barreto acreditava nas lendas populares da Capela do Carmo. 

(para saber mais sobre Chico Alagoas,veja postagem de fevereiro de 2018,e para Saber sobre Padre Américo leia o artigo de maio de 2017)

  historiador Alex Milagre escreveu um artigo para o jornal Correio da Cidade na edição de 14/7 a 20/7/2007 com o título "A Igreja do Carmo da Vila de Queluz " fala sobre a construção e a queda dos profetas:

 No final do Século XIX,durante uma tempestade ,um raio atingiu um frontispício da igreja,que foi reconstruído por Francisco Antônio Alves,autor de vários projetos arquitetônicos na cidade por essa época,conhecido pela alcunha de Chico Alagoas. Ele reconstruiu a fachada da Igreja com alguns ornamentos decorativos ,além de dois profetas que foram colocados no alto da igreja. 

  Não era a primeira vez que aquela construção era atingido por um raio ,o que alimentava a crendice de que realmente existia um lago no subsolo. Também não foi o último acidente. Na década de 1930,após uma forte chuva e mais uma faísca sobre a igreja,o então vigário de Nossa Senhora da Conceição,Padre José de Oliveira Barreto,subiu no alto da capela e empurrou os dois profetas,suspeitando que fossem eles que atraíam os raios.  (...)

 Queda dos Profetas 

 Segundo Antônio Perdigão,na década de 1930,por volta de 1933,Padre José de Oliveira Barreto,derrubou os profetas suspeitando ser eles que atraíam os raios a igreja.

 Mesmo após isso os raios continuou  a cair na igreja,e a Capela do Carmo demolida na década de 1950. E a cidade perdeu muito com isso.

 Profetas seriam cópias dos profetas de Congonhas ? 

 Se a gente comparar as fotos mostra que o profeta da esquerda é a cópia do Abdias e o da direita a Cópia do Habacuc,isso segundo o pesquisador de Piranga Marco Antônio Gomes. 

Basta cada um comparar as fotos e tirar suas conclusões

   Profetas Abdias  

profeta Abdias da Basílica do Bom Jesus de Congonhas      foto:Rogério Luz
 

 Abadias ocupa o ponto inferior do adro que une os muros dianteiros e lateral esquerdo no adro do Santuário.  A fisionomia de Obadias é de um jovem imberbe, assim como Baruque, Daniel e Amós, mas as proporções bem mais esbeltas dão a impressão de uma maior juventude.Obadias veste túnica e manto como os apóstolos da ceia, complementado apenas por um gorro simples, mas o arranjo das pregas é muito bem organizado num jogo erudito de luz e sombra.  Essa estátua pode ser analisada comparativamente à do profeta Habacuque, que ocupa posição equivalente no extremo oposto do adro. Exercendo visualmente a função de baluartes laterais do adro, Obadias e Habacuc têm a mesma atitude simétrica dos braços levantados para o alto, mesmo tipo de roupagem, assim como jogo aparentemente complicado dos panejamentos. Pela posição que ocupam, ambas estátuas receberam especial cuidado de Aleijadinho, sendo provável que a intervenção do “atelier” se tenha limitado ao acabamento das partes acessórias, uma vez que as imagens são anatomicamente perfeitas.

  Profeta Habacuc 

profeta Habacuc da Basílica do Bom Jesus de Congonhas      foto:Rogério Luz
 


  Habacuc, o oitavo dos profetas menores, encerra a série dos profetas de Congonhas. Situa-se em posição equivalente à de Obadias, no ponto inferior do arco que une os muros dianteiro e lateral direito do adro.  Novamente se repete o padrão tipográfico anteriormente utilizado para Jeremias, Ezequiel, Oséias, Joel e Jonas. O vestuário de Habacuque é composto pela mesma sotaina envergada por Naum e Jonas, desta vez acrescida de uma gola cujas pontas são ornadas de borlas. O profeta traz na cabeça o mais complicado turbante de toda a série, no qual se encontra um plano superior dividido em quatro gomos arredondados, com uma cobertura arrematada por uma borla pendente. A estátua recebeu de Aleijadinho cuidados especiais tanto por sua localização, quanto por sua execução, onde é mínima a interferência do “atelier”.

CONCLUSÃO

  Preciso pesquisar mais sobre o assunto para confirmar os fatos.

  Mas observei algo interessante,enquanto lá em Congonhas os dois profetas das pontas apontam para os lados de fora,já os profetas do Carmo apontavam para a Cruz central da igreja. Mas eu acredito que foi mesmo Padre Américo que mandou o pedreiro Chico Alagoas a construir esses dois misteriosos profetas da Igreja do Carmo.

Fontes: Escrito do Historiador Alex Milagre(1971-2009) para o jornal Correio da Cidade na edição de 14/7 a 20/7/2007 com o título "A Igreja do Carmo da Vila de Queluz " página 29. 

Arquivo do Museu e biblioteca Antônio Perdigão.  (pesquisa do autor dessa postagem em 2012 ao referido local )

 Marco Antônio Gomes (pesquisador de Piranga) 

cronicasmacaenses.com/2013/04/21/os-12-profetas-do-santuario-do-bom-jesus-de-matosinhos-em-congonhas-minas-gerais/

 

domingo, 16 de julho de 2023

CURIOSIDADES DA CAPELA DO CARMO

 Hoje dia 16 de julho dia de Nossa Senhora do Carmo. Na década de 1950 foi demolida a Capela de Nossa Senhora do Carmo de Conselheiro Lafaiete,hoje no local é uma praça com o nome da santa próximo à subida para o Cemitério. Já passaram mais de 70 anos de sua demolição e existe apenas um oratório da santa na região da antiga capela.

 Para saber mais veja as postagens nesse mesmo blog nas edições de: maio e julho de 2017 e julho de 2019 que fala sobre a referida capela.

Reportagem do Jornal Correio da Cidade,ano de 2007 escrito por Alex Milagre.

foto:reprodução do arquivo do autor dessa postagem
 

 O saudoso historiador Alex Milagre escreveu um artigo para o jornal Correio da Cidade na edição de 14/7 a 20/7/2007 com o título "A Igreja do Carmo da Vila de Queluz ". Vamos recordar um pouco sobre esse trecho em que ele escreveu:

   Alex começa o texto assim: 

 " Há pouco mais de 50 anos ,desaparecia do cenário urbano de Conselheiro Lafaiete uma das mais belas edificações coloniais que ainda restavam na cidade,a igreja de Nossa Senhora do Carmo...

  O autor fala da sua provisão (fundação) seria 1767 e também fala de como era sua edificação e as imagens que pertencia a ela. E Alex Milagre continua no texto assim:

  (...) Formada por homens abastados,logo foi requerida provisão para a construção de sua igreja,concedida pelo governo do Bispado de Mariana,em 1767 . Cerca de vinte anos depois a igreja já estava concluída e em pleno funcionamento (...)

 (...) A edificação,de arquitetura simples possuía duas sacristias,capela-mor com altar em estilo rococó e,na nave,dois altares laterais,um dedicado a Santo Antônio e outro a São Francisco de Assis. A imagem de Nossa Senhora do Carmo é de roca e,atualmente se encontra na Biblioteca "Antônio Perdigão" - Museu e Arquivo da Cidade (...)

 Alex Milagre fala sobre os reparos da Igreja e também da colocação dos dois profetas no alto da Igreja e que depois o padre Barreto os jogou ao chão. Vamos ao texto do saudoso historiador: 

 (...) Entre os raros e esparsos registros encontrados até o momento referentes à aquela igreja,em 1856,o procurador da Câmara,João Albino de Almeida,pagou a Jacintho Pereira a importância de Rs 194$420 (cento e noventa e quatro mil e quatrocentos e vinte réis ) pela feitura de uma cinta de pedra em torno da capela. Novamente em 1864 ,a Câmara pagou Rs 60$000 (sessenta mil réis) para melhoramento de proteção aos alicerces da Capela. Em 1881 ,Bárbara Maria de Rezende legou em testamento Rs4:000$000 (quatro contos de réis) para as obras que se faziam na Capela do Carmo. O artista J. Esteves realizou um espetáculo na cidade,em 1897,em benefícios a dita obra. 

    Pelo teor desses documentos,observa-se que a estrutura daquela edificação não seria muito segura,o que gerava lendas,como o da existência de um lago subterrâneo de prata (sic) naquele local. No final do Século XIX,durante uma tempestade ,um raio atingiu um frontispício da igreja,que foi reconstruído por Francisco Antônio Alves,autor de vários projetos arquitetônicos na cidade por essa época,conhecido pela alcunha de Chico Alagoas. Ele reconstruiu a fachada da Igreja com alguns ornamentos decorativos ,além de dois profetas que foram colocados no alto da igreja. 

  Não era a primeira vez que aquela construção era atingido por um raio ,o que alimentava a crendice de que realmente existia um lago no subsolo. Também não foi o último acidente. Na década de 1930,após uma forte chuva e mais uma faísca sobre a igreja,o então vigário de Nossa Senhora da Conceição,Padre José de Oliveira Barreto,subiu no alto da capela e empurrou os dois profetas,suspeitando que fossem eles que atraíam os raios.  (...)

 O texto é longo como vimos na capa da postagem,eu apenas resumi ele em pequenos trechos. Mas Alex Milagre conclui o texto assim: 

(...) O estado de abandono em que se encontrava e a localização dela,no meio da rua principal de acesso a cidade atentaram a administração municipal pública pela sua desapropriação para que a avenida Benedicto Valadares fosse remodelada. Pela lei n° 95,publicada em 1° de julho de 1951,o então prefeito Telésphoro Cândido de Rezende foi autorizado à expropriação do terreno da igreja do Carmo,que já estaria em processo de demolição ,pelo preço de CR$ 100.000,00,pagos à Mitra de Mariana. Da Igreja do Carmo só restou a lembrança dos mais antigos e o nome da praça onde se situava que hoje se Chama Nossa Senhora do Carmo. " 

 Vimos acima o texto bem escrito pelo Alex Milagre,que consta três fotos: da Capela,a da avenida e ao fundo a capela e uma foto do altar da capela.  Só posso acrescentar que após a demolição da Capela do Carmo nos anos de 1950,o Monsenhor Moreira construiu uma capela da santa anexa ao Cemitério que foi inaugurada em novembro de 1968 e o oratório da santa foi construído em 1988. 

Capela do Carmo,sem data. mas aparentemente na época da sua demolição 

 foto:Museu e Arquivo Antônio Perdigão

Oratório de Nossa Senhora do Carmo inaugurado em 16/7/1988 . 

foto: de novembro de 2019,autor da postagem


Nota: a Avenida Benedicto Valadares é a atual Avenida Prefeito Mário Rodrigues Pereira,e onde era a Capela é a Praça Nossa Senhora do Carmo. 

 No manuscrito inédito de Padre José Duarte consta que a provisão da Capela do Carmo seria de 1764,já nesse artigo apresentado por Alex Milagre consta que é de 1767. Vou tentar descobrir o documento oficial para acabar essa dúvida.

Fonte:Escrito do Historiador Alex Milagre(1971-2009) para o jornal Correio da Cidade na edição de 14/7 a 20/7/2007 com o título "A Igreja do Carmo da Vila de Queluz " página 29. 

 

segunda-feira, 10 de julho de 2023

CÔNEGO SANTA APOLÔNIA

 Hoje faz 192 anos do falecimento do Cônego Santa Apolônia que foi um dos maiores sacerdotes e políticos dos tempos antigos.Foi um dos primeiros nascidos em nossa terra a ter destaque no estado ,tanto no clero como na política.

  Quem foi CÔNEGO SANTA APOLÔNIA ?

  Seu Nome Francisco Pereira de Santa Apolônia ,nascido em Carijós  (atual Conselheiro Lafaiete MG) em 8 de abril de 1743. ¹  (não se sabe o local exato,provavelmente nasceu na parte central da cidade)

 Filho de Apolinário Pereira de Araújo e Luíza Maria Santa Apolônia (fonte:manuscrito inédito de Padre José Duarte ,pagina denominada 17) ,(Mas segundo Avelina Noronha o nome seria "Luíza Maria Rosa").

  Sendo que o Cônego era irmão do Padre Farjado (José Maria Farjado de Assis,ordenado em 1768 foi vigário em Pouso Alto,falecido em 1839) .

 Sobre seu sobrenome ser "Santa Apolônia " ,não refere-se  ao dia que ele nasceu,já que o dia da santa é 9 de fevereiro. Pode ser que alguém da família era devoto da referida santa.

Santa Apolônia                                     foto:imagens da internet


 Foi ordenado Sacerdote em 1763    ²

  O Cônego Santa Apolônia tentou levar para Queluz (Lafaiete) para ser a sede do Bispado de Mariana ²  e seria instalado no antigo Solar do Barão de Queluz (de frente a Matriz) ³

  Faleceu em Mariana,aos 10 de julho de 1831 aos 88 anos. ¹

Onde Morava o Cônego ? 

 Sabe se que o Cônego morava num casarão de fronte à Matriz. Segundo o historiador Alex Milagre,existe a dúvida se o cônego morava no casarão do Barão de Queluz (na praça da Matriz) ou se era no Solar do Barão do Suassuí . Mas é certo que no Barão de Suassuí morava o seu irmão Padre Farjado. 

 Para a Historiadora Avelina Noronha,o Cônego morava no Solar do Barão de Queluz,porque o morador antigo desse casarão o Juiz Francisco de Paula Ferreira Rezende (morou entre 1857 a 1861 no local) fala que nesse casarão havia uma biblioteca do Santa Apolônia que cobria as paredes e também havia livros valiosos. (na minha opinião mesmo a biblioteca tendo sido livros dele,não prova que ele morou aí)

 Mas não há uma confirmação oficial de qual casa ele morou,mas um dia espero que possamos confirmar esse fato. 

Cônego Um defensor ambiental

  Avelina Noronha escreve no jornal on line Correio de Minas em dezembro de 2018 sobre o Cônego com essa palavras.

   “Do rio Doce pode se dizer que todo ele se pode chamar uma nova Índia Oriental em pedrarias e metais”. (Padre Simão de Vasconcelos (1597-1771). Notícias curiosas e necessárias das coisas do Brasil. Lisboa, 1668. Ribeirão tão rico que o ouro sai em granitos em qualquer parte, que se prova”.ESTA É  A RAZÃO DA LUTA DO CÔNEGO FRANCISCO PEREIRA DE SANTA APOLÔNIA, em 1825, contra a concessão de privilégios dados a uma companhia anglo-brasileira de navegação do rio Doce. Ele foi contra os direitos de exclusividade para a exploração das supostas minas de ouro e lavras de diamantes na bacia do rio Doce. Ele escreveu: " E quem ousará negar,que no espaço de 20 ou 30 anos possam os ingleses extrair todos os nossos tesouros encerrados naquele abençoado terreno ? "   

Por essa referência pode-se avaliar o valor intelectual e patriota de nosso conterrâneo e dizer que ele honrou a terra em que nasceu. É Essencial que a comunidade conheça o mais amplamente seus vultos ilustres do passado.Santa Apolônia é citado em um site de história mineira como UM DOS NOTÁVEIS POLÍTICOS DO SÉCULO XIX. Sua trajetória pública se iniciou quando fez parte da Segunda Junta eleita em 23 de maio de 1822 para governar a Província de Minas Gerais. Em seguida participou do Governo Provincial, ficando, em certo período, como Presidente da Junta. Assumiu a presidência da Província de Minas Gerais por quatro vezes, tendo sido vice-presidente cinco vezes. Foi deputado à Assembleia Constituinte do Brasil em 1823.Santa Apolônia nasceu em Carijós, no dia 8 de abril de 1743. Seus pais eram Apolinário Pereira e Luísa Maria Rosa. Estudou no Seminário de Mariana, no Rio de Janeiro e em Coimbra, onde se licenciou em Direito Canônico e se ordenou presbítero.

  Foi bispo por alguns dias, chantre e vigário geral de Mariana, onde faleceu a 10 de julho de 1831. Outro destaque é o seu brilhantismo como orador, considerado um dos maiores oradores de Mariana na época em que viveu, o que pode ser comprovado com os relatos da missa solene em ação de graças, na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar, que a Câmara de Ouro Preto mandou celebrar, em 1819, pelo nascimento em Portugal da Princesa da Beira, pretendente ao trono de Portugal. Nessa tão importante solenidade, o orador foi o “Reverendo Francisco Pereira de Santa Apollonia” como é relatado numa carta enviada a Portugal."

 

VIDA POLÍTICA DO CÔNEGO

. Chegou a Ser Governador Interino de Minas entre 1822 a 1826,durante a ausência do titular.


2° JUNTA – ELEITA A 23 DE MAIO DE 1822 (1;

(Posse a 24 Maio do dito anno)

  1. Manoel de Portugal e Castro — presidente

Luiz Maria da Silva Pinto .. secretario

Capitão-mór Custodio José Dias

Coronel Romualdo José Monteiro de Barros

Cônego dr. Francisco Pereira de Santa Apolônia

Luiz Pereira dos Santos

Capitão-mór Manoel Teixeira da Silva

Nota: — Pouco depois de proclamada a Independência e da aclamaçâo de Pedro I como Imperador, d. Manoel de Portugal e Castro deixou a administração, retirando-se de Minas (13 de outubro de 1882) e do Brasil.

Substituiu-o na presidência da Junta o cônego dr. Santa-Apolônia.

 GOVERNO PROVINCIAL

(período imperial)

PRESIDENTES E;VICE-PRESIDENTES

1 — Dr. José Teixeira da Fonseca Vasconcellos (depois Barão e Visconde de Caeté) — presidente

— Dr. Theotonio Alves de Oliveira Maciel — vice-presidente

— Cônego dr. Francisco Pereira de Santa-Apolônia — vice-presidente

1 — Dr. José Teixeira da Fonseca Vasconcellos. (presidente) reassume o governo

 Governadores em Minas Gerais

Luiz Antonio Silva e Souza (cônego) …

Francisco de Santa Apolônia (Padre)(1822)

 Vice-Presidências em Minas Gerais

Francisco Pereira de Santa Apolônia (Padre Dr.)

Cônego dr. Francisco Pereira de Santa Apolônia — vice- presidente 

HOMENAGEM

 No Bairro Fonte Grande,em Conselheiro Lafaiete. Existe uma rua em sua homenagem,a rua Santa Apolônia. 


fontes: ¹ Texto escrito por Avelina Maria Noronha,para jornal Correio da Cidade edição 24/1 a 30/1/2015 . 

 ² Manuscritos inéditos de Padre José Duarte de Souza Albuquerque ,1978 

³ Segundo o historiador Romeu Guimarães 

 Escritos de Jornal de Avelina Maria Noronha.  Edição do Jornal Correio da Cidade edições: 10/1 a 16/1/2015 ; 24/1 a 30/1/2015 ; 4/3 a 10/3/2017.  jornal Correio de Minas edição on line de 18/12/2018