domingo, 16 de julho de 2023

CURIOSIDADES DA CAPELA DO CARMO

 Hoje dia 16 de julho dia de Nossa Senhora do Carmo. Na década de 1950 foi demolida a Capela de Nossa Senhora do Carmo de Conselheiro Lafaiete,hoje no local é uma praça com o nome da santa próximo à subida para o Cemitério. Já passaram mais de 70 anos de sua demolição e existe apenas um oratório da santa na região da antiga capela.

 Para saber mais veja as postagens nesse mesmo blog nas edições de: maio e julho de 2017 e julho de 2019 que fala sobre a referida capela.

Reportagem do Jornal Correio da Cidade,ano de 2007 escrito por Alex Milagre.

foto:reprodução do arquivo do autor dessa postagem
 

 O saudoso historiador Alex Milagre escreveu um artigo para o jornal Correio da Cidade na edição de 14/7 a 20/7/2007 com o título "A Igreja do Carmo da Vila de Queluz ". Vamos recordar um pouco sobre esse trecho em que ele escreveu:

   Alex começa o texto assim: 

 " Há pouco mais de 50 anos ,desaparecia do cenário urbano de Conselheiro Lafaiete uma das mais belas edificações coloniais que ainda restavam na cidade,a igreja de Nossa Senhora do Carmo...

  O autor fala da sua provisão (fundação) seria 1767 e também fala de como era sua edificação e as imagens que pertencia a ela. E Alex Milagre continua no texto assim:

  (...) Formada por homens abastados,logo foi requerida provisão para a construção de sua igreja,concedida pelo governo do Bispado de Mariana,em 1767 . Cerca de vinte anos depois a igreja já estava concluída e em pleno funcionamento (...)

 (...) A edificação,de arquitetura simples possuía duas sacristias,capela-mor com altar em estilo rococó e,na nave,dois altares laterais,um dedicado a Santo Antônio e outro a São Francisco de Assis. A imagem de Nossa Senhora do Carmo é de roca e,atualmente se encontra na Biblioteca "Antônio Perdigão" - Museu e Arquivo da Cidade (...)

 Alex Milagre fala sobre os reparos da Igreja e também da colocação dos dois profetas no alto da Igreja e que depois o padre Barreto os jogou ao chão. Vamos ao texto do saudoso historiador: 

 (...) Entre os raros e esparsos registros encontrados até o momento referentes à aquela igreja,em 1856,o procurador da Câmara,João Albino de Almeida,pagou a Jacintho Pereira a importância de Rs 194$420 (cento e noventa e quatro mil e quatrocentos e vinte réis ) pela feitura de uma cinta de pedra em torno da capela. Novamente em 1864 ,a Câmara pagou Rs 60$000 (sessenta mil réis) para melhoramento de proteção aos alicerces da Capela. Em 1881 ,Bárbara Maria de Rezende legou em testamento Rs4:000$000 (quatro contos de réis) para as obras que se faziam na Capela do Carmo. O artista J. Esteves realizou um espetáculo na cidade,em 1897,em benefícios a dita obra. 

    Pelo teor desses documentos,observa-se que a estrutura daquela edificação não seria muito segura,o que gerava lendas,como o da existência de um lago subterrâneo de prata (sic) naquele local. No final do Século XIX,durante uma tempestade ,um raio atingiu um frontispício da igreja,que foi reconstruído por Francisco Antônio Alves,autor de vários projetos arquitetônicos na cidade por essa época,conhecido pela alcunha de Chico Alagoas. Ele reconstruiu a fachada da Igreja com alguns ornamentos decorativos ,além de dois profetas que foram colocados no alto da igreja. 

  Não era a primeira vez que aquela construção era atingido por um raio ,o que alimentava a crendice de que realmente existia um lago no subsolo. Também não foi o último acidente. Na década de 1930,após uma forte chuva e mais uma faísca sobre a igreja,o então vigário de Nossa Senhora da Conceição,Padre José de Oliveira Barreto,subiu no alto da capela e empurrou os dois profetas,suspeitando que fossem eles que atraíam os raios.  (...)

 O texto é longo como vimos na capa da postagem,eu apenas resumi ele em pequenos trechos. Mas Alex Milagre conclui o texto assim: 

(...) O estado de abandono em que se encontrava e a localização dela,no meio da rua principal de acesso a cidade atentaram a administração municipal pública pela sua desapropriação para que a avenida Benedicto Valadares fosse remodelada. Pela lei n° 95,publicada em 1° de julho de 1951,o então prefeito Telésphoro Cândido de Rezende foi autorizado à expropriação do terreno da igreja do Carmo,que já estaria em processo de demolição ,pelo preço de CR$ 100.000,00,pagos à Mitra de Mariana. Da Igreja do Carmo só restou a lembrança dos mais antigos e o nome da praça onde se situava que hoje se Chama Nossa Senhora do Carmo. " 

 Vimos acima o texto bem escrito pelo Alex Milagre,que consta três fotos: da Capela,a da avenida e ao fundo a capela e uma foto do altar da capela.  Só posso acrescentar que após a demolição da Capela do Carmo nos anos de 1950,o Monsenhor Moreira construiu uma capela da santa anexa ao Cemitério que foi inaugurada em novembro de 1968 e o oratório da santa foi construído em 1988. 

Capela do Carmo,sem data. mas aparentemente na época da sua demolição 

 foto:Museu e Arquivo Antônio Perdigão

Oratório de Nossa Senhora do Carmo inaugurado em 16/7/1988 . 

foto: de novembro de 2019,autor da postagem


Nota: a Avenida Benedicto Valadares é a atual Avenida Prefeito Mário Rodrigues Pereira,e onde era a Capela é a Praça Nossa Senhora do Carmo. 

 No manuscrito inédito de Padre José Duarte consta que a provisão da Capela do Carmo seria de 1764,já nesse artigo apresentado por Alex Milagre consta que é de 1767. Vou tentar descobrir o documento oficial para acabar essa dúvida.

Fonte:Escrito do Historiador Alex Milagre(1971-2009) para o jornal Correio da Cidade na edição de 14/7 a 20/7/2007 com o título "A Igreja do Carmo da Vila de Queluz " página 29. 

 

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