sexta-feira, 28 de julho de 2023

PRAÇA GETÚLIO VARGAS - PARTE 4 ( GETÚLIO VARGAS JÁ ESTEVE EM LAFAIETE ? )

Hoje vou lembrar do artigo que o historiador Antônio Perdigão (1918-2010) escreveu para o Jornal Panorama em 1979,falando sobre a Praça Getúlio Vargas,bairro Centro de Conselheiro Lafaiete. E também vou falar se Getúlio Vargas se esteve ou não na cidade.

  Veja nas postagem de dezembro de 2017,eu escrevi sobre a Praça Getúlio Vargas partes 1,2 e 3 e mostra toda a evolução dessa praça desde os tempos que era apenas a Fazenda Castanheira. 

Praça Getúlio Vargas e a travessia da Central,foto por volta de 1940.

foto:Etelvino Leite
 

  Assim Perdigão,falou sobre a Praça Getúlio Vargas: 

" Localizada no final do caminho da Estação, perto da travessia que separava a cidade de Queluz do novo bairro de Lafayette, o local ficou conhecido por muito tempo por Largo do Castanheira. Castanheira adquiriu grande área do terreno, que começava desde o alto do morro, conhecido como Morro do Castanheira (atual conjunto do BNH) até ao Boqueirão.

No local onde inicia a Avenida Telésforo Cândido de Rezende ficava uma casa em estilo colonial, ao lado do armazém. Nos fundos um grande rancho que servia aos tropeiros, que transportavam cargas para o interior. Todo o comércio e movimento se concentrava nas terras do Senhor Castanheira.

O movimento ferroviário fez crescer o bairro do outro lado da linha férrea, fazendo com que grande parte do comércio descesse para as proximidades da Estação. Após a Guerra do Paraguai, a atual Rua Melo Viana recebeu o nome de Rua do Riachuelo e o Largo do Castanheira passou a Largo do General Ozório.

O Largo, em franco desenvolvimento, foi tomado por residências e comércio, e, em 1895 abrigou a redação do semanário “Queluz de Minas”, que era dirigido por Luiz Leite. O marco principal do Largo foi o Hotel Meridional, que segundo algumas fontes foi construído por Zeca Albino. O prédio tinha status de local elegante, lá a Companhia Meridional de Mineração manteve seu escritório na cidade. O hotel possuía orquestra própria, por lá aconteciam bailes carnavalescos e comemorativos, banquetes importantes, reuniões políticas e tudo quanto era elegante acontecia lá. O hotel foi administrado durante longo tempo por Leonídio Dias.

Dr. Castilho Lisboa, jornalista e advogado, manteve seu escritório no Largo, local que tempos depois recebeu o nome de Tavares de Melo. Neste local funcionava também a papelaria e a tipografia do Martinho, o armazém do Luiz Frische, mais acima a casa de negócios de Firmino Vieira Júnior, onde futuramente foi instalada a primeira casa de máquinas de costura Singer, gerenciada por Lalentim. Funcionou ali também o jogo do bicho, que foi trazido para a cidade. O italiano Viscardo Lourezioni, conhecido como “Barbado”, colocava uma caixa no alto do poste contendo o nome do bicho que daria à tarde. Quando as apostas eram encerradas, Barbado descia a caixa e anunciava o nome do bicho premiado. Neste Largo havia também a farmácia do Chico Franco, que era ponto dos intelectuais e latinistas.

Na década de 20, no local onde existia uma casa, foi construído o palacete da família Castanheira, que tempos depois foi derrubada para a abertura da Avenida Telésforo Cândido de Rezende. Em 1927, o presidente da Câmara José Narciso Teixeira de Queiroz iniciou o calçamento da praça e a seguir de toda a cidade.

Devido à chegada dos primeiros automóveis, foi colocada na praça uma moderna bomba de gasolina. Em frente ao Hotel Meridional os “jahús” do Álvaro, Valentim e Careca, e depois os modernos ônibus do Zé Amarelo faziam os pontos de suas linhas que iam até o Bairro Santo Antônio. Na praça havia a casa de móveis de Samuel e a pastelaria de José Henriques. Aquela praça recebeu o nome de Getúlio Vargas, e, na década de 50, quando já era grande o movimento de ônibus urbanos e interurbanos, o então prefeito Telésforo Cândido de Rezende resolveu construir ali uma estação rodoviária, a qual foi demolida depois para a abertura da nova avenida.

Atualmente a praça abriga as Rádios Carijós e Clube, o Clube Atlanta, restaurantes, farmácias, escritórios, casas comerciais e o magnífico relógio público, doado pelo Rotary Clube de Conselheiro Lafaiete. A praça moderna e movimentada conserva duas coisas do tempo do Largo do General Ozório: O Hotel Meridional e o Sinal da Travessia, com seu som interrompendo o trânsito."

Fonte: Jornal Panorama, Ano I, nº 51- Maio de 1979

 http://bibliotecalafaiete.blogspot.com/p/ruas-pracas-e-avenidas-da-cidade.htm

  APÓS 1979

 Nos anos de 1980,foi construído o Viaduto Duartina Nogueira de Rezende e inaugurado em 1981,e com isso o citado relógio foi transferido em frente ao prédio dos Irmãos Oliveira (na avenida Prefeito Telésforo,número 100). E a praça virou calçadão e hoje ponto comercial de diversas lojas e camelôs. 

 GETÚLIO VARGAS JÁ ESTEVE EM CONSELHEIRO LAFAIETE ?

  Curiosamente o escritor lafaietense José de Assis Silva,em 2013 lançou o livro " Lafaiete de Getúlio a JK  (três décadas da vida de uma cidade) .  Mas nesse livro falou do período desses dois presidentes comandavam o Brasil,e como era a realidade de Conselheiro Lafaiete entre os anos de 1930 a 1960. Mas no livro não falou nada se Getúlio veio a Lafaiete.

  Dizem os antigos que Getúlio Vargas já esteve sim em Conselheiro Lafaiete. Mas não encontrei nenhum registro oficial  da vinda do ex presidente a cidade. 

  No dia 31 de maio de 1931 ocorreu na Igreja de São Sebastião de Lafaiete (a cidade ainda chamava Queluz ) a benção da nova igreja,e sendo que na ata fala da presença de algumas pessoas na igreja como o bispo da época Dom Helvécio,e cita que Olegário Maciel era o Presidente de Minas Gerais (à época) (não é certo se ele esteve no dia) e cita o Presidente do Brasil Getúlio Vargas. Mas pela data não seria possível estar em Lafaiete nesse exato dia veja porque. 

  No site de Aparecida confirma que Getúlio Vargas esteve no Rio de Janeiro em 31 de maio de 1931 no Rio de Janeiro,no dia que vários fiéis estava na capital federal no dia que o presidente Getúlio decretou Nossa Senhora Aparecida como Padroeira do Brasil.  (saber mais veja esse link abaixo).

 Como em 1931 para ir ao Rio de Janeiro só havia possibilidade de ir por trem que era mais de 12 horas só ida ou  de carro era muito demorado. Nessa data Getúlio Vargas não veio a Lafaiete.  

 Posso concluir que em 31 de maio de 1931,Getúlio Vargas não poderia ter vindo aqui em Lafaiete,já que ele no mesmo dia participou de um grande evento no Rio de Janeiro,pelo que li na ata eu entendi refere a quem era o  presidente da época e não que ele tenha vindo na igreja. Vou continuar a pesquisa para ver se consigo alguma informação concreta se Getúlio teria vindo a cidade em uma outra ocasião,quem souber fale nos comentários.

Fontes:

  /www.a12.com/academia/artigos/por-que-nossa-senhora-aparecida-e-padroeira-do-brasil

ttps://www.minasgerais.com.br/pt/atracoes/conselheiro-lafaiete/paroquia-de-sao-sebastiao

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