sábado, 8 de agosto de 2020

DOM PEDRO II EM QUELUZ PARTE 1

   Hoje Vamos lembrar a Passagem do Imperador Dom Pedro II a Queluz ,atual Conselheiro Lafaiete. Que aqui esteve nas viagens de 1881 e 1889. Na primeira parte vou focalizar sua chegada à cidade em 1881. 

foto: imagens da internet 

  O Imperador Dom Pedro II e a sua esposa Tereza Cristina partiram do Rio de Janeiro no dia 21 de março de 1881,às 6 horas da manhã,com o destino de conhecer o Estado de Minas Gerais.

 E no dia 29 de março de 1881 Dom Pedro II esteve em Queluz. 

 No diário do Imperador sobre a Viagem à Queluz diz assim:

 " 29 (terça feira) Dormi bem. Saída às 6 horas (...) Do Alto das Bandeirinhas já se avistam casas de Queluz. Parou-se em algum lugar por causa das liteiras. O tempo das pequenas paradas e o do almoço andariam por menos de duas horas. O coronel Pereira apontou-me suas terras do Ribeirão do Inferno e Queluz. Possui outras fazendas que dão lhe 50 crias de mulas e 100 de poldros do ano. Antes de Queluz,atravessa-se o Ribeirão das Bananeiras,onde não vi nenhuma. Ouvi falar também do Alto do Paraopeba,de onde se goza de vista extensa e bela,e da ponte deste rio que ainda não é navegável para canoas nessa altura. Á várzea por onde serpeia o bananeiras é bonita ,assim como a entrada em Queluz por um novo caminho que se fez no alto do morro. No fundo da cidade e fim de uma subida está a igrejinha de Santo Antônio e no fundo alteia-se a Serra do Ouro Branco,coroada de nuvens douradas pelo sol que se punha pelo lado oposto. O aspecto da cidade é mais pitoresco que o de Barbacena. 

  Descansei um pouco conversando com a família de Washington,filho do Coronel Pereira,e sai para ver aulas que são duas - agradando-me de meninos; cadeia bom edifício por acabar internamente,porém onde falta quase tudo,não tendo os soldados da polícia nem baionetas nem sabres - baionetas : Câmara Municipal que se acabou de arranjar hoje - bonita fachada a que não corresponde o resto - puseram as armas do Brasil dentro do antigo escudo Português,que quiseram aproveitar - e voltei para a casa.

 Apareceu o Violeiro (fazem-se aqui muitas violas) a que veio tinha caixa de pinho e braço de jacarandá,sendo os embutidos de Cabiúna. O rapaz tocou bem a viola e melhor violão feito aqui. As ruas de Queluz não são de fácil trânsito,sobretudo de noite. Antes de ouvir o Violeiro,houve Te Deum na Matriz. Arranjaram no sofrivelmente. Na Capela Mor há pinturas que,talvez,não seja más,porém a falta de luz não me permitiram vê-las bem. Conversei com a mulher de Washington Pereira,filha de Luís Antônio Barbosa ,que ,lembrou-me tê-la eu interrogado num colégio de Niteroí. Parece-me excelente senhora e muito inteligente. Recolhi-me depois das nove. " 

Fonte: Diário do Imperador Dom Pedro II, e reportagem no Jornal Correio de Minas ,na coluna garimpando de Avelina Maria Noronha 13/4/2020)

  Nesse texto é possível ver que Dom Pedro II esteve na Fazenda dos Macacos (porque cita o Coronel Antônio Rodrigues Pereira pai do Conselheiro Lafaiete,mas não cita o nome da fazenda),depois esteve no Alto das Bandeirinhas,depois atravessou o Rio Bananeiras,e de longe viu a igreja de Santo Antônio,foi na Matriz Nossa Senhora da Conceição e também elogiou as Violas de Queluz e disse que foi o melhor som de viola que já ouvi ao ver o Salgado Velho tocar a Viola.

  No próximo artigo vou continuar esse assunto.


  ( CONTINUA) 


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