segunda-feira, 27 de março de 2017

SESMARIA DE JERÔNIMO PIMENTEL SALGADO

SESMARIA DE JERÔNIMO PIMENTEL SALGADO

  A Carta de Sesmaria ao Jerônimo Pimentel Salgado,data se de 26 de março de 1711,e ontem fez 306 anos desse documento,e é o documento mais antigo que tem sobre nossa Conselheiro Lafaiete.Pode ser que existam mais antigos,mas o que se sabe é esse mesmo.
 Quase nada se sabe sobre Jerônimo. O historiador Romeu Guimarães,faz referência a ele e ao campo Alegre dos Carijós,como "chefe incontestável de todos aqueles rincões,com amplos direitos de vida e de morte".
 Em anotação do Historiador Quincas de Almeida,de uma carta de Dom Braz Baltazar para ouvidor de São João Del Rei,no ano de 1716,em que há a menção a uma certa "sublevação contra o escrivão Jerônimo Pimentel". Em 8 de março de 1716,foi nomeado guarda-mor das ordenanças de Itaverava.

CARTA DE SESMARIA PASSADA A JERÔNIMO PIMENTEL SALGADO

 Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho,etc, faço saber aos que esta minha Carta de Sesmaria virem que,havendo respeito ao que por sua petição me enviou a dizer Jerônimo Pimentel Salgado,que ele,suplicante,se achava morador em um sítio na Borda do Campo,junto das Congonhas,que chamam dos Carijós,freguesia de Nossa Senhora da Conceição,e porque não tinha título de sesmaria para que legitimamente pudesse cultivar com os seus escravos as terras do dito sítio,que se acham devolutas,portanto me pedia lhe fizesse mercê,conceder-lhe  por carta de data de sesmaria,légua e meia de terra em quadro,que principiará do ribeiro de Casa Branca,pelo caminho do povoado,até a Igreja de Nossa Senhora da Conceição,meia légua para o nascente e mato grosso,partindo com as terras de João da Silva Costa e com as de Amaro Ribeiro,que se acham devolutas. Em vista desse requerimento e informação que se me deu,e se não ofereceu dúvida,hei por bem de fazer mercê ao dito Jerônimo Pimentel Salgado,em nome de sua majestade,que Deus guarde,de lhe dar de sesmaria o dito sitio com a légua e meia de terras em quadras declaradas em sua petição,sem prejuízo de terceiro,assim,e do mesmo modo que são,com as referidas confrontações,com declaração de que,(achando-se dentro delas algum morador com título de primeiro povoador ou de o haver comprado,não será expulso e menos obrigado a aforar-se,porém,não roçará de novo)* as ditas terras se cultivarão e povoarão dentro de dois anos,e,não o fazendo neles,se lhe denegará mais tempo e se julgarão por devolutas,na forma da sua ordem de sua majestade de 22 de outubro de 1698. E outrossim,ficará obrigado o dito Jerônimo Pimentel Salgado a mandar confirmar esta carta de data por sua Majestade,que Deus guarde,dentro de três anos pelo seu Conselho Ultramarino. Pelo que mando ao superintendente deste distrito de Minas Gerais lhe mande dar posse das ditas terras na forma do estilo e sua petição. E a todos os oficiais de justiça a quem o conhecimento desta pertencer,a cumpram e guardem,e façam inteiramente cumprir e guardar tão inteiramente como nela contém,a qual por firmeza de tudo lhe mandei passar por mim assinada e selada com o sinete das minhas armas,que se registrará na secretaria deste governo e onde mais tocar. Dada neste Arraial do Ribeirão do Carmo,aos 26 dias do mês de março de 1711. O secretário deste governo,Manoel Pegado,a fez. Antõnio de Albuquerque Coelho de Carvalho.

* O trecho entre parẽnteses está riscado no original e ,às margens do registro,vê-se a seguinte inscrição: '' risquei.por não ir na carta a tal declaração e se pôr aqui por erro. Ribeirão,26 de março de 1711.Pegado"

Notas:

Ribeirão do Carmo- Atual Mariana

 Esse trecho mostra onde Jerônimo,conseguiu as terras no antigo Campo Alegre dos Carijós,atual Conselheiro Lafaiete.

légua e meia de terra em quadro,que principiará do ribeiro de Casa Branca,pelo caminho do povoado,até a Igreja de Nossa Senhora da Conceição,meia légua para o nascente e mato grosso,partindo com as terras de João da Silva Costa e com as de Amaro Ribeiro,que se acham devolutas.

MINHA OPINIÃO

Mesmo se conseguisse localizar o Ribeiro de Casa Branca,não seria possível levantar a totalidade do terreno concedido ao Pimentel Salgado.
 Em 1711,era outros tempos,e eu entendo que era 1 légua e meia de terra em quadra. (E cada légua é em torno de 6,6 quilômetros mais ou menos).
 E foi dividido a quadra,em meia légua para onde "nasce" o Sol,e 1 légua para a direção do por do sol.

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