No último dia 23,se fosse Vivo o Professor e Historiador Alberto Libânio estaria fazendo 70 anos. Ele que foi um dos maiores historiadores nascido em Conselheiro Lafaiete e faleceu aos 47 anos em 2000.
Vale lembrar que o blog Historias de Lafaiete,sempre faz uma homenagem aos grandes historiadores de nossa cidade. E infelizmente o autor dessa postagem não chegou a conhecer esse nobre fundador da ACLCL.
foto:reprodução Jornal Correio da Cidade
Em 2009 o saudoso historiador Alex Milagre,assim ele escreveu sobre seu amigo num artigo em seu blog:
" Neste dia, 23 de abril, comemora-se o natalício do Professor Alberto
Libânio Rodrigues (1953-2000). Passados nove anos desde o seu
falecimento prematuro, no dia 13 de outubro, seu nome ainda permanece
vivo no meio cultural de Conselheiro Lafaiete, sua terra natal que tanto
amou, cultuou e a divulgou.
Por isso, neste dia, reverenciamos sua memória, em reconhecimento ao
seu trabalho como jornalista e agente cultural, além de escritor,
historiador e poeta, dotado de uma verve como poucos a possuíram. Ao
mesmo tempo em que se mostrava condoreiro, seus textos eram claros e
diretos, granjeando admiradores sinceros e desafetos incontidos. Mas com
o bom humor e a sinceridade que lhe eram peculiares, Alberto Libânio
vivia destemidamente com todos, fosse falando, fosse empunhando sua
pena, aliás, temida por muitos.
Sua estréia na imprensa foi num momento em que ela ainda era
manipulada, servil aos interesses do partidarismo político interiorano,
como vinha acontecendo desde o limiar da República, nos últimos anos do
século XIX. Este era o perfil do jornalismo em Conselheiro Lafaiete
até a década de 70. Por cerca de 80 anos, a imprensa esteve quase
sempre nas mãos dos líderes políticos, sob o comando de partidos
distintos que lançavam mão dela para “doutrinar” seus eleitores.
No momento em que a cidade inicia uma nova fase, em todos os
aspectos, tanto questões sociais e culturais, influenciada, talvez,
ainda pelos influxos de revolução de conceitos em todos o mundo desde o
pós-guerra, como questões sócio-econômicas, principalmente com o advento
da siderurgia, a partir da implantação da Aços Minas Gerais, em Ouro Branco,
nos anos 70, nesse momento a imprensa passa por uma reformulação. Os
primeiros sinais desse revigoramento jornalístico – para não dizer
implantação de um novo jornalismo na cidade – puderam ser sentidos em “O
Processo” (1972-1978), mas a efetivação desse alvorecer de uma nova e
importante fase da história da comunicação em Conselheiro Lafaiete deu-se com a criação do jornal “Panorama” (1978-1984).
A cidade teve o seu primeiro jornal em 1894. No entanto, desde essa
época, as publicações sempre estiveram nas mãos de um determinado grupo
político ou de alguém que se deixasse influenciar – de certa forma até
ser manipulado –, fosse pela situação governista, fosse pela oposição.
Dezenas de títulos já haviam encabeçado os semanários, quinzenários, até
mensários, destinados a informar a população de Queluz e,
posteriormente, de Conselheiro Lafaiete. Nenhum deles, entretanto,
encorajara-se a enfrentar a política local, exercendo um jornalismo
imparcial, ou menos tendencioso. E isso se deveu, e muito, a Alberto
Libânio, com destaque para sua atuação no jornalismo.
O futuro de um filho de um alfaiate e de uma costureira, que teve
uma infância difícil, principalmente após o pai ter sido acometido por
um derrame; aluno relapso na escola, reprovado em algumas séries do
antigo curso ginasial e concluindo os estudos secundários em exames
supletivos talvez não fosse promissor, se se tentar traçar seu perfil
intelectual a partir daí.
Alberto Libânio Rodrigues foi esse menino que nunca conquistou boa
condição financeira. Mas se projetou de maneira significativa quando,
após alguns fracassos, definiu “o que queria fazer da sua vida” e pôs-se
a lutar pelos seus objetivos. O que fora uma iniciação profissional -
mais uma forma de ajudar à mãe, então viúva, no sustento da casa, com
parcos cruzeiros -, despertou o interesse do menino de apenas 12 anos de
idade, quando entrou pela primeira vez numa gráfica de jornal, tendo
seu primeiro contato com os tipos de chumbo, a tinta e o papel, até
tomar gosto pela leitura das notícias. A partir desse contato
despretensioso com a imprensa, despertou-lhe o interesse pelas artes
gráficas, passando à redação, excursionando pela publicidade e marketing, até se firmar como jornalista destemido e atuante, considerado, hoje, um marco na história da imprensa em Conselheiro Lafaiete.
Aliás, essa atuação verificou-se não apenas em sua cidade natal, mas
também em outros municípios por onde passou, custando-lhe a
tranqüilidade, uma melhor condição econômica e até amizades. Empedernido
em suas concepções, não cedia às influências, menos ainda às pressões, e
seguia determinado com seu propósito, sem se permitir o esmorecimento.
“O grau de obsolescência da cabeça de muitas pessoas é, às vezes, maior
que o Monte Sinai”, dizia Alberto Libânio.
Ele superou suas limitações, trabalhou incansável, reagiu contra
sistemas políticos adotados em detrimento da liberdade de expressão e
acabou se tornando uma referência para o jornalismo do interior. Aliás,
foi nessa faina que participou da fundação da Associação dos Jornais do
Interior de Minas Gerais (ADJORI-MG), em 1982, sob a orientação da
Associação Brasileira de Jornais do Interior (ABRAJORI), exercendo o
cargo de primeiro secretário em sua primeira diretoria.
O novo estilo que Alberto Libânio lançou na imprensa lafaietense, entre os anos de 1978 a
1984, tornou-se, pois, uma referência para os veículos de comunicação
impressos que o sucederam na cidade, tanto a linha editorial, quanto os
conceitos de empreendedorismo e de administração.
Mas seu talento não se conteve dentro de uma redação de jornal,
apenas. Ele foi além, promoveu sua terra natal, idolatrada em seu
célebre “Queluzíadas”, legado de patriotismo aos seus conterrâneos,
profissão de fé numa terra que nasceu do idealismo, na abertura de novos
caminhos que indicam o progresso. Como editor, promoveu o soerguimento
e/ou aparecimento de muitas instituições e pessoas, entre literatos e
pesquisadores. Seus estudos históricos e genealógicos o conduziram ao
vetusto Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, onde ocupou a
cadeira cujo patrono era o Cônego José Antônio Marinho. Na Academia
Mineira de Trovas encontrou assento entre os magníficos trovadores do
Estado e, em seu torrão natal, fundou a Academia de Ciências e Letras de
Conselheiro Lafayette, que o teve como presidente até o seu passamento.
Era a realização de um antigo sonho, vislumbrado nos primórdios dos
anos 80, de reunir os intelectuais lafaietenses num sodalício onde as
aspirações comuns dos acadêmicos impulsionassem a cultura local.
E eis que seu sonho se realizou e perdura ainda hoje, pujante,
empunhando o guião erguido por Alberto Libânio, cuja divisa bem define
os nossos ideais: “Labore scriptisque ad immortalitatem”.
Homenagem da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafayette ao seu fundador. "
Fonte: Blog do Alex Milagre abril de 2009 http://allexmilagre.blogspot.com/2009/04/no-natalicio-do-professor-alberto.html
Curiosamente Alex Milagre veio a falecer em novembro de 2009 e em abril ele escreveu sobre Libânio.
QUEM FOI ALBERTO LIBÂNIO RODRIGUES
Alberto nascido na rua Napoleão Reis,16 antigo Boqueirão,em Conselheiro Lafaiete,em 23 de abril de 1953 era filho de Adelino Libânio Rodrigues e Maria Etelvina Rodrigues,ambos oriundos da cidade de Claúdio MG.
Era casado com Cleonice Martins Libânio,e tiveram 3 filhos: Alberto Jr,Viena e Spartákos.
Em setembro de 1993 fundou e presidiu a Acadêmia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafaiete (ACLCL) até o ano de 2000. Sendo que em 1995 ele criou da Antologia Poética "Lafaiete Prosa e Verso" que teve sua primeira edição em 1995 ,e após a sua morte a sua esposa Cleonice continuou na organização dessa Antologia que continua sendo editada anualmente até os dias de hoje.
Alberto Libânio faleceu no Hospital São Lucas em Belo Horizonte aos 13 de outubro de 2000 (estava internado desde agosto),e foi sepultado no cemitério Nossa Senhora da Conceição de Conselheiro Lafaiete.
fonte: Reportagem de João Bellavinha para o Jornal Correio da Cidade,edição 4/5 a 10/5/2013.
GRANDE LEGADO DE LIBÂNIO
No Jornal Panorama edição 31/1 a 14/2/1982 Alberto Libânio faz uma alerta sobre a verdadeira data de Emancipação Política de Conselheiro Lafaiete que antes comemoravam o aniversário da cidade em 2 de janeiro de 1866 de forma equivocada. Mas defendia que a verdadeira data seria 19 de setembro de 1790. E através do trabalho de Libânio e junto ao Antônio Perdigão,corrigiram esse erro histórico,algo que a administração municipal só reconheceu em 1990.
(para saber mais do detalhe acima leia o artigo sobre a História de Lafaiete,postagem de setembro de 2017 em 4 partes).
Boa noite. Parabéns pelo seu trabalho maravilhoso. Gostaria de lhe convidar a conhecer o meu Blogger. A história de Conselheiro Lafaeite (Queluz ou Carijós) é muito interessante m
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