sábado, 7 de outubro de 2023

BAIRRO ROSÁRIO - PARTE 2

  Hoje vamos falar sobre o Bairro Rosário em Conselheiro Lafaiete.

  Em outubro de 2018 a parte 1 falei desse bairro e agora nessa parte 2 vou lembrar um texto antigo escrito pelo historiador Antônio Perdigão em 1979. E curiosamente o  Museu Antônio Perdigão começou a funcionar nesse bairro Rosário em 1976 sabiam dessa ? 


 

Confluência das ruas Barão de Coromandel e Amaro Ribeiro no Bairro Rosário em 9/10/2018                            foto:autor dessa postagem

 

foto por volta de 1940,ao centro dessa foto vemos o Bairro Rosário

foto:Arquivo Nacional,Jornal Correio da Manhã,sem data.  

 Representação do Bairro Rosário na década de 1920 ,não consegui ainda descobrir o autor desse desenho.

foto:Mauro Dutra de Faria

 

No jornal Panorama de 1979 assim escreveu Antônio Perdigão sobre esse bairro: 

 "O bairro Rosário surgiu quando já havia a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição e as Capelas de Santo Antônio e do Carmo. A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário foi fundada com o intuito de se construir uma Capela em louvor a esta santa. No alto do morro foi levantado um cruzeiro de madeira, com dia de festa, inclusive com missa. O Cruzeiro ficou lá por longo tempo, porém a capela nunca foi construída.

O bairro tinha característica bucólica, era residencial, com ruas calmas e vizinhos camaradas; ligava o centro comercial ao bairro Fonte Grande. O local onde foi colocado o Cruzeiro passou a se chamar Alto Capenga, devido ao apelido de um velho morador dali. Aí havia uma casa velha com várias portas e janelas na frente e um quintal arborizado, onde as crianças se divertiam.

Por volta de 1917 residia na rua Assis Andrade um dos diretores da Sociedade Musical Santa Cecília, de forma que os ensaios da banda eram realizados ali por diversas vezes. Uma das mais antigas fábricas de violas ficava no bairro Rosário. A fábrica pertencia a José de Souza Salgado, cujas violas eram famosas não só no estado de Minas Gerais, mas em outros também. Os irmãos Salgado, João e Eduardo, mantiveram a fábrica em atividade no bairro por longos anos.

Residia neste bairro o Dr. Antônio Cândido de Assis Andrade, famoso médico e um dos fundadores da Santa Casa de Misericórdia, atual Hospital Queluz. No local onde funciona a Câmara Municipal, funcionou por muito tempo a sede do Posto de Higiene da cidade. Também já houve neste bairro, na década de 20, um dos melhores campos de futebol. No subsolo deste bairro nasce a água que abasteceu por mais de um século a conhecida Fonte Grande, gerando ainda uma nascente de água límpida e fresca, que corria numa bica na Rua Melo Viana.

Inicialmente a Rua Assis Andrade era conhecida como Rua do Rosário, pois era a única que lá havia, de forma que, as outras atuais ruas, na época, eram bem pequenas em becos estreitos. A rua Nogueira Coelho, conhecida antigamente como Beco das Escadinhas, ligava a rua Afonso Pena ao Alto do Capenga.

Atualmente o bairro continua sendo residencial e seu comércio é formado por pequenas casas comerciais, bares e quitandas. Neste bairro já existiu a sede da redação do jornal Correio da Semana, cujo último diretor, Wilton Andrade Souza, montou oficinas na rua Assis Andrade. Em 1979, outro jornal, O Alerta, é editado na mesma rua.

No velho sobrado que faz esquina da rua Assis Andrade com a Horácio de Queiroz, residia o Sr. José Teixeira de Araújo, dentista, e que foi diversas vezes delegado de polícia da cidade, cujo filho Murilo, caiu da torre da Igreja Matriz na década de 30.

O bairro atual teve as ruas calçadas, de forma que, desapareceram os antigos becos e vielas. Assis Andrade, Barão de Coromandel, João Pessoa, Pimentel Salgado, Delfo Biagioni, Souza Salgado e Aprígio Andrade são algumas das ruas acolhedoras do bairro. Também na rua Assis Andrade, foi instalado no nº 230, em 1976, a Biblioteca Antônio Perdigão – Museu e Arquivo da Cidade, onde ficou até janeiro de 1979."

Jornal Panorama, Ano II, nº 54- Junho de 1979

CURIOSIDADES

 Perdigão falou sobre a morte de Murilo ocorrida em 1929 (para saber mais vai nas postagens de maio de 2017 e maio de 2019 que falam sobre esse assunto) .

 Após essa reportagem de 1979,em 2 de janeiro de 1980 tivemos a inauguração da Câmara Municipal de Conselheiro Lafaiete,na rua Assis Andrade n° 540  (para saber mais veja postagem sobre a Câmara de maio de 2017 nos arquivos desse blog está em 3 partes). 

Violas de Queluz (veja postagem de março de 2017)

Vista parcial do bairro Rosário sem data (provavelmente na década de 1930)

Bairro Rosário vista parcial foto de 1957

foto:Facebook Realmente Amigos de Lafaiete
 

foto:original autor desconhecido,cópia de Mauro Dutra de Faria


Fontes:

 Jornal Panorama, Ano II, nº 54- Junho de 1979

  http://bibliotecalafaiete.blogspot.com/p/ruas-pracas-e-avenidas-da-cidade.html

Para Saber Mais

 Veja Bairro Rosário de Lafaiete (Parte 1) postagem de outubro de 2018;  Centenário de Antônio Perdigão (postagem de novembro de 2018) e Rosário em Lafaiete (outubro de 2016)

2 comentários:

  1. Olá Luiz! Muito bacana suas pesquisas, estou lendo tudo. Para você fazer sua árvore genealógica, você sabe se na igreja de Nossa Senhora da Conceição eles possuem os registros de batismo/casamento antigos? Ou onde você sua pesquisa? Abraços

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  2. Luiz Fernando Azevedo16 de outubro de 2023 às 10:27

    obrigado por conferir o blog. A paróquia de nossa Senhora de Lafaiete tem alguns registros. Mas para conseguir registros mais antigos tem que procurar a Arquidiocese de Mariana,mas primeiro vai no jurídico dessa paróquia que eles vão te informar melhor

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