Hoje vamos falar sobre a rua Barão de Suassuí de Conselheiro Lafaiete. Liga os bairros Centro ao Bairro Santa Efigênia,sendo que é localizada no bairro da santa referida.
Casarões da Rua Barão do Suassuy provavelmente no início do Século XX foto:reprodução da placa encontrada no referido solar No próximo artigo vou focalizar o bairro Santa Efigênia,hoje falaremos da antiga Rua dos Dois Barrancos.
O historiador Antônio Perdigão falou da referida rua,num artigo para o Jornal Panorama em 1979,e diz assim:
" Na época da Vila Real de Queluz, os romeiros que iam para Congonhas cumprirem suas promessas, no Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, passavam por esse caminho que, por longo tempo se chamou a rua Dos Dois Barrancos, hoje atual rua Barão de Suassuí. A origem do nome é devido à grande erosão formada no fim da rua, próximo à capela de Santa Efigênia.
Um de seus primeiros moradores foi José Inácio Gomes Barbosa, o Barão de Suassuí. Homem de posses, construiu em 1787 um grande solar, com salões que serviam para receber a nobreza e a elite social da Vila e em seguida da nova cidade de Queluz. Outro morador importante foi o vigário Cândido Tadeu Pereira Brandão, primeiro padre da Vila, que construiu em 1848 seu solar no local à frente da Matriz. Inicialmente os belos sobrados tendiam a ser construídos em direção à Matriz.
Na década de 1910, a rua recebeu o recém-formado Queluziano Futebol Clube, que ali construiu seu campo de futebol. Aos domingos o povo ia assistir os jogos do time dos Barrancos, principalmente quando o jogo era contra o principal adversário, o Guarani. Era uma verdadeira festa, de forma que o povo torcia e aplaudia os craques Machado, Lamartini, Valente, Mário Rodrigues Pereira (prefeito), Hernane, Vassourinha, Robson Lage e tantos outros. Anos depois o clube encerrou suas atividades e o campo foi abandonado. A seguir outro clube passou a jogar ali, o campo também servia para a garotada jogar peladas e em 1940 foi passado para o Automóvel Clube de Conselheiro Lafaiete.
No fim da rua morava um senhor conhecido pelo apelido de “Chico Grande”, devido à sua altura. Era devoto de Santa Efigênia e, diante de uma promessa, se alcançasse a graça, construiria uma capela para a santa. Supõe-se que tenha alcançado a graça, pois se dedicou totalmente à construção, e com a ajuda de amigos, pôde ver em 1926 a capela e o sino serem bentos, e a partir daí servir para realização de atos religiosos. Hoje a capela está maior, de forma que deu nome ao novo bairro: o de Santa Efigênia.
São lembrados nomes de pessoas que ali também residiam: Augusto Tadeu, pai do melhor jogador de futebol da cidade; Avelino Dias Lana, o capitão Avelino da Guarda Nacional; D. Afonsina Lana, que foi servente do grupo escolar Domingos Bebiano; Benjamin Granha, dono da Agência Granha, incentivador dos automóveis na cidade e ainda presidente do Tiro de Guerra 405; o Alagoas, arquiteto e construtor, com trabalhos inteligentes em prédios, inclusive construtor do imóvel onde funcionou o Jornal Panorama (rua Tavares de Melo, 129), em 1928. Havia também tipos populares como Antônio da Lucrécia, que fazia discursos pelas ruas; Durvalino, que quando bebia assustava a meninada; Ozório, músico e diretor da Sociedade Musical Santa Cecília; o Clemente; José Pasqual, pai do ex-combatente Pavão e Afonsina Ferreira.
Os velhos sobrados do Barão de Suassuí serviram de sede provisória para várias entidades como o Clube Carijós, a Prefeitura e o Fórum. O ginásio Monsenhor Horta funcionou por longo tempo na ex-residência do Barão do Suassuí, além da Faculdade de Comércio, onde se diplomou Antônio Luiz Perdigão.
Na década de 1940, a Sociedade Pró-Educação e o prefeito Mário Rodrigues Pereira construíram o majestoso prédio para o ginásio Monsenhor Horta, que depois foi doado para a sede do colégio estadual Narcizo de Queiroz.
Dr. Hélio Barbosa, Serafim Sana, Dr. Francisco Rodrigues Pereira Júnior e outros, então diretores do Meridional Esporte Clube negociaram a compra do Automóvel Clube. O prefeito Dr. Mário Rodrigues Pereira, um dos patronos do clube, deu sua contribuição para que fossem feitas grandes obras no local, tornando-o o campo denominado “Estádio Dr. Mário Pereira”.
Essa primitiva rua foi também trecho da estrada União Indústria, a qual ligava Lafaiete à Belo Horizonte. Rua movimentada com colégios, indústria, comércio, estádio, igreja; a velha rua dos Barrancos guarda a lembrança do tempo do Barão do Suassuí."
Fonte: Jornal Panorama, Julho de 1979RUA APÓS 1979
Solar Barão de Suassuy e rua Barão de Suassuí em 2022 foto:Pulsar Imagens
A rua passou a ser asfaltada,hoje o campo do Meridional está em obras e será concluída em breve,é uma rua que tem dois grandes colégios como o Estadual Narcízo de Queiróz e o Estadual Castelo Branco.
E na década de 2000 foi construída na rua a Igreja dos Mormóns (Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias) .
Igreja dos Mormóns sem data foto:imagens da internet A rua também possui diversos tipos de comércios.
PRIMEIRA MATRIZ ?
Está hipótese do Colégio Estadual Narcízo de Queiroz ter sido no passado a primeira Igreja Matriz. isso segundo a tese de Padre José Duarte que pesquisou sobre a História da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Lafaiete,em vários artigos. E de acordo com esse sacerdote,a matriz antiga era onde é o colégio Estadual,porque encontraram ossadas que acreditam ser de índios(nada comprovado) e que tinha um documento que dizia que o padre Cândido Tadeu Pereira Brandão,tinha duas propriedades em frente a velha Matriz. Mas uma coisa não ficou clara,é o fato de dizer que a antiga igreja ficava na Rua das Palmeiras (sendo que a rua Barão de Suassuí,onde localiza o colégio chamava rua dos Barrancos,e nunca Palmeiras),mas isso deve ter sido erro de escrita do padre que pode ter confundido os nomes.
Tudo indica que Padre Cândido era dono de vários terrenos nessa rua na mesma direção do seu antigo casarão e onde também é o Solar Barão de Suassuí e provavelmente também onde hoje é a igreja dos Mormóns.
(saber mais veja postagem de dezembro de 2016 sobre Teses da Matriz)
ANTIGO CASARÃO DO PADRE CÂNDIDO
Antiga Casa de Padre Cândido década de 1970 foto:Cópia de Mauro Dutra de Faria,foto original autor não identificadoHoje essa parte pertence a Rua Desembargador Dayreel de Lima e no seu local hoje é o supermercado Epa. Mas após ele começa a rua Barão de Suassuí.
O antigo casarão foi demolido em 1978. E nele chegou a funcionar o Colégio Estadual Monsenhor Horta e onde Bernardo Guimarães escreveu a escrava Isaura por volta de 1875.
(para saber mais veja postagem de (padre Cândido) outubro de 2016, (Afonso Guimarães filho de Bernardo) Novembro de 2017 .
QUEM FOI BARÃO DE SUASSUÍ
José Ignácio Gomes Barbosa (Barão de Suassuy) nasceu em 1774 e faleceu em 22 de maio de 1869
PARA SABER MAIS VEJA AS POSTAGENS NOS ARQUIVOS DO BLOG
Igreja Santa Efigênia (setembro 2017),Solar Barão de Suassuy (castelinho) (março de 2017),Guarani e Meridional (Setembro de 2017),Solar Barão de Suassuy (julho de 2020)
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