quarta-feira, 27 de setembro de 2023

BAIRRO SANTA EFIGÊNIA

  Hoje vamos falar sobre o Bairro Santa Efigênia de Conselheiro Lafaiete.

   No passado a região era conhecida como Dois Barrancos,era praticamente desabitada. Mas hoje é um bairro que cresceu muito .  

 

vista panorâmica do bairro ao fundo.sem data         foto:Facebook Realmente Amigos de Lafaiete (arquivo) autor não localizado

   Histórico do Bairro

    

 Numa reportagem do Jornal Correio da Cidade em 2007 encontrei esse registro que diz assim :

 " Nos primórdios do Bairro,como centro do povoamento,remontam à instalação da Real Villa de Queluz,em 1790. É a atividade mineradora,porém,e as instalações ferroviárias do fim do século XIX que farão surgir os primeiros habitantes fixos da Região dos Barrancos (futuro bairro Santa Efigênia,zona norte da Cidade). 

  Iluminadas a querosene e lampião,as primeiras ruas,becos e residências formaram-se com as primeiras famílias oriundas da zona rural de Queluz de Minas. As primitivas redes de iluminação vieram pela Companhia Força e Luz ,precariamente,com média de três dias para cada localidade.  O ritual de buscar água para nutrição,higiene e demais necessidades é uma forma particular de o bairro lidar com a lembrança. Havia duas fontes: uma na rua da Fontinha (atual bairro Campo Alegre) e a outra na rua do caixa,atual Doutor Zebral. Na construção da igreja e do muro do Meridional ,voluntários carregavam latas d'água,principalmente mulheres e crianças,fazendo cumprir a vocação solidária e a ousadia do devoto e benfeitor Chico Grande."

fonte: Jornal Correio da Cidade edição de 26/5 a 1/6/2007 (texto de Osmir Camilo Gomes e Wagner Vieira,Grupo Lesma,com o título " Religião e Futebol no Santa Efigênia" ) 

 Nota: O muro antigo do Meridional foi destruído em  2020,para a construção do novo campo do Meridional que em breve ficará pronto. 

O BAIRRO

 É um bairro geograficamente pequeno e possui poucas ruas. Entre as principais estão a Rua Santa Efigênia,Barão de Suassuí,Pio XII e parte da Aminthas Junqueira.

 Veja algumas leis antigas: 

  Lei 1440 de 1973  rua Santa Efigênia

 Lei 1411 de 1973 rua Barão de Suassuí  

 Lei 2366 de 1981 Alameda Osório Amâncio

 Lei 4054 de 1996 utilidade pública da Associação Comunitária do Bairro Santa Efigênia

Lei 684 de 1964 o loteamento de Américo Figueredo passa a pertencer ao Bairro Santa Efigênia.

 Lei 5256 de 2010 Muda o nome do Bairro Santa Efigênia 2 para Nossa Senhora das Graças (algo que na prática não foi cumprido) .

  O Bairro além de ter a Igreja Santa Efigênia (de 1926),O monumento do Cristo Redentor (inaugurado em 12 de novembro de 1988),o campo do Meridional (fundado em 7 de setembro de 1922),a gruta Nossa Senhora das Graças (construída na década de 2000) e o Cemitério do Vale do Ipê (inaugurado em 1985).

  No final do bairro próximo a entrada dos bairros Oscar Correa e Lima Dias,próximo ao Supermercado Bh está sendo Construído um trevo para facilitar a entrada do Bairro ,tudo isso próximo a MG 129 rodovia que liga a Ouro Branco. 

fonte:site oficial da Câmara de Lafaiete (nome das ruas antigas)

A IGREJA DE SANTA EFIGÊNIA

Igreja antiga em fotos sem data           foto:cópia de Mauro Dutra de Faria,fotos originais de autor não encontrado
 

 Para saber mais leia postagem de setembro de 2017.

 De novidades mais recente em 30 de dezembro de 2017 a Igreja foi reaberta ao público toda reformada e na nova cor um azul a sua anterior era um amarelo e marrom. Lembrando que essa capela pertence a Paróquia de  Nossa Senhora da Conceição.

 

Igreja Santa Efigênia em dezembro de 2017         foto:Fernando Castro

 Não Pode esquecer de Chico Grande quem construiu essa bela igreja,e no Jornal Correio da Cidade edição de 26/5 a 1/6/2007 assim falou de Chico Grande: " Contam os antigos,os pais e os avós ,segundo os letras de forma clara e pungente,que o ordenador de obras Francisco Gonçalves (Chico Grande) ,de tradição escrava e extensa prática religiosa,encontrando-se enfermo,fez prometer a Nossa Senhora Mãe e ao Senhor Deus nas alturas o "erguimento" de uma capela em homenagem à sua madrinha Santa Efigênia. Contam em detalhes que,após breve cura,o obreiro Chico Grande subiu ao alto do morro da Igreja de Santo Antônio e de lá soltou um foguete,definindo que o artefato caísse seria construído o tal templo. No alto do então Morro da Eva,hoje Praça do Cristo,ergue-se a Igreja de Santa Efigênia,na região dos Barrancos e do Morro das Castanheiras... "

  Algo interessante também é o Cruzeiro gigante de 9,85 metros colocado atrás dessa igreja,que foi colocado na missão dos Redentoristas em 2005 (entre 28 de outubro e 13 de novembro de 2005). E na frente da igreja tem um outro cruzeiro que foi colocado em 31 de maio de 1998. 

 


 Igreja Santa Efigênia e o Cruzeiro grande na parte de trás da mesma em dezembro de 2022

foto:Pulsar Imagens

Cruzeiro antigo,foto sem data        foto:arquivo pessoal

PARA SABER MAIS SOBRE O BAIRRO SANTA EFIGÊNIA  VEJA AS POSTAGENS NOS ARQUIVOS DO BLOG

Igreja Santa Efigênia (setembro 2017),Solar Barão de Suassuy (castelinho) (março de 2017),Guarani e Meridional (Setembro de 2017),Cristo  de Lafaiete (novembro de 2017), Solar Barão de Suassuy (julho de 2020)e Rua Barão de Suassuí (setembro de 2023) ,Cemitérios de Lafaiete (novembro de 2016) e Gruta Nossa Senhora das Graças (novembro de 2017 e 2019).


segunda-feira, 25 de setembro de 2023

RUA BARÃO DE SUASSUÍ

 Hoje vamos falar sobre a rua Barão de Suassuí de Conselheiro Lafaiete.  Liga os bairros Centro ao Bairro Santa Efigênia,sendo que é localizada no bairro da santa referida. 

Casarões da Rua Barão do Suassuy provavelmente no início do Século XX   foto:reprodução da placa encontrada no referido solar
 

 No próximo artigo vou focalizar o bairro Santa Efigênia,hoje falaremos da antiga Rua dos Dois Barrancos. 

 O historiador Antônio Perdigão falou da referida rua,num artigo para o Jornal Panorama em 1979,e diz assim: 

" Na época da Vila Real de Queluz, os romeiros que iam para Congonhas cumprirem suas promessas, no Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, passavam por esse caminho que, por longo tempo se chamou a rua Dos Dois Barrancos, hoje atual rua Barão de Suassuí. A origem do nome é devido à grande erosão formada no fim da rua, próximo à capela de Santa Efigênia.

Um de seus primeiros moradores foi José Inácio Gomes Barbosa, o Barão de Suassuí. Homem de posses, construiu em 1787 um grande solar, com salões que serviam para receber a nobreza e a elite social da Vila e em seguida da nova cidade de Queluz. Outro morador importante foi o vigário Cândido Tadeu Pereira Brandão, primeiro padre da Vila, que construiu em 1848 seu solar no local à frente da Matriz. Inicialmente os belos sobrados tendiam a ser construídos em direção à Matriz.

Na década de 1910, a rua recebeu o recém-formado Queluziano Futebol Clube, que ali construiu seu campo de futebol. Aos domingos o povo ia assistir os jogos do time dos Barrancos, principalmente quando o jogo era contra o principal adversário, o Guarani. Era uma verdadeira festa, de forma que o povo torcia e aplaudia os craques Machado, Lamartini, Valente, Mário Rodrigues Pereira (prefeito), Hernane, Vassourinha, Robson Lage e tantos outros. Anos depois o clube encerrou suas atividades e o campo foi abandonado. A seguir outro clube passou a jogar ali, o campo também servia para a garotada jogar peladas e em 1940 foi passado para o Automóvel Clube de Conselheiro Lafaiete.

No fim da rua morava um senhor conhecido pelo apelido de “Chico Grande”, devido à sua altura. Era devoto de Santa Efigênia e, diante de uma promessa, se alcançasse a graça, construiria uma capela para a santa. Supõe-se que tenha alcançado a graça, pois se dedicou totalmente à construção, e com a ajuda de amigos, pôde ver em 1926 a capela e o sino serem bentos, e a partir daí servir para realização de atos religiosos. Hoje a capela está maior, de forma que deu nome ao novo bairro: o de Santa Efigênia.

São lembrados nomes de pessoas que ali também residiam: Augusto Tadeu, pai do melhor jogador de futebol da cidade; Avelino Dias Lana, o capitão Avelino da Guarda Nacional; D. Afonsina Lana, que foi servente do grupo escolar Domingos Bebiano; Benjamin Granha, dono da Agência Granha, incentivador dos automóveis na cidade e ainda presidente do Tiro de Guerra 405; o Alagoas, arquiteto e construtor, com trabalhos inteligentes em prédios, inclusive construtor do imóvel onde funcionou o Jornal Panorama (rua Tavares de Melo, 129), em 1928. Havia também tipos populares como Antônio da Lucrécia, que fazia discursos pelas ruas; Durvalino, que quando bebia assustava a meninada; Ozório, músico e diretor da Sociedade Musical Santa Cecília; o Clemente; José Pasqual, pai do ex-combatente Pavão e Afonsina Ferreira.

Os velhos sobrados do Barão de Suassuí serviram de sede provisória para várias entidades como o Clube Carijós, a Prefeitura e o Fórum. O ginásio Monsenhor Horta funcionou por longo tempo na ex-residência do Barão do Suassuí, além da Faculdade de Comércio, onde se diplomou Antônio Luiz Perdigão.

Na década de 1940, a Sociedade Pró-Educação e o prefeito Mário Rodrigues Pereira construíram o majestoso prédio para o ginásio Monsenhor Horta, que depois foi doado para a sede do colégio estadual Narcizo de Queiroz.

Dr. Hélio Barbosa, Serafim Sana, Dr. Francisco Rodrigues Pereira Júnior e outros, então diretores do Meridional Esporte Clube negociaram a compra do Automóvel Clube. O prefeito Dr. Mário Rodrigues Pereira, um dos patronos do clube, deu sua contribuição para que fossem feitas grandes obras no local, tornando-o o campo denominado “Estádio Dr. Mário Pereira”.

Essa primitiva rua foi também trecho da estrada União Indústria, a qual ligava Lafaiete à Belo Horizonte. Rua movimentada com colégios, indústria, comércio, estádio, igreja; a velha rua dos Barrancos guarda a lembrança do tempo do Barão do Suassuí."

Fonte: Jornal Panorama, Julho de 1979

 RUA APÓS 1979


 Solar Barão de Suassuy e rua Barão de Suassuí em 2022                  foto:Pulsar Imagens

  A rua passou a ser asfaltada,hoje o campo do Meridional está em obras e será concluída em breve,é uma rua que tem dois grandes colégios como o Estadual Narcízo de Queiróz e o Estadual Castelo Branco.  

 E na década de 2000 foi construída na rua a Igreja dos Mormóns (Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias) . 

Igreja dos Mormóns sem data            foto:imagens da internet

 A rua também possui diversos tipos de comércios.

PRIMEIRA MATRIZ ? 

 Está hipótese do Colégio Estadual Narcízo de Queiroz ter sido no passado a primeira Igreja Matriz. isso segundo a tese de  Padre José Duarte que pesquisou sobre a História da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Lafaiete,em vários artigos. E de acordo com esse sacerdote,a matriz antiga era onde é o colégio Estadual,porque encontraram ossadas que acreditam ser de índios(nada comprovado) e que tinha um documento que dizia que  o padre Cândido Tadeu Pereira Brandão,tinha duas propriedades em frente a velha Matriz. Mas uma coisa não ficou clara,é o fato de dizer que a antiga igreja ficava na Rua das Palmeiras (sendo que a rua Barão de Suassuí,onde localiza o colégio chamava rua dos Barrancos,e nunca Palmeiras),mas isso deve ter sido erro de escrita do padre que pode ter confundido os nomes. 

 Tudo indica que Padre Cândido era dono de vários terrenos nessa rua na mesma direção do seu antigo casarão e onde também é o Solar Barão de Suassuí e provavelmente também onde hoje é a igreja dos Mormóns.
  

(saber mais veja postagem de dezembro de 2016 sobre Teses da Matriz) 

ANTIGO CASARÃO DO PADRE CÂNDIDO

Antiga Casa de Padre Cândido  década de 1970        foto:Cópia de Mauro Dutra de Faria,foto original autor não identificado
 

 Hoje essa parte pertence a Rua Desembargador Dayreel de Lima e no seu local hoje é o supermercado Epa. Mas após ele começa a rua Barão de Suassuí. 

 O antigo casarão foi demolido em 1978. E nele chegou a funcionar o Colégio Estadual Monsenhor Horta e onde Bernardo Guimarães escreveu a escrava Isaura por volta de 1875.

(para saber mais veja postagem de (padre Cândido) outubro de 2016, (Afonso Guimarães filho de Bernardo) Novembro de 2017 .

QUEM FOI BARÃO DE SUASSUÍ

  José Ignácio Gomes Barbosa (Barão de Suassuy) nasceu em 1774 e faleceu em 22 de maio de 1869

PARA SABER MAIS VEJA AS POSTAGENS NOS ARQUIVOS DO BLOG

Igreja Santa Efigênia (setembro 2017),Solar Barão de Suassuy (castelinho) (março de 2017),Guarani e Meridional (Setembro de 2017),Solar Barão de Suassuy (julho de 2020)

terça-feira, 19 de setembro de 2023

LAFAIETE 233 ANOS (19 DE SETEMBRO OU 2 DE JANEIRO ? )

 Parabéns Conselheiro Lafaiete hoje faz 233 anos de emancipação Política. 

 Viva o 19 de setembro de 1790.

 Em Setembro esse blog "Histórias de Lafaiete " faz 7 anos ,embora foi criado em 23 de setembro de 2016,eu pensei em criar esse blog justamente a 7 anos atrás nesse mesmo 19 de setembro. Agradeço a todos pelas visualizações que já estão próximo a 160 mil e obrigado aqueles que divulgam o meu blog. Embora não seja um feriado municipal desde 2004,é uma data que não pode passar em branco.

 

Parte Central de Conselheiro Lafaiete em 1927    foto:Ferber (original e agora do APM )


 19 de setembro de 1790  ou 2 de janeiro de 1866 qual é a data correta de emancipação política de Lafaiete ?

 Em 2 de janeiro de 1866,pela lei provincial número 1276 de 1866,a Villa Real de Queluz foi elevada a categoria de Município passando a chamar Queluz,lei assinada pelo então governador da província de Minas Gerais,Joaquim Saldanha Marinho (presidente entre 1865 e 1867,o qual possui uma rua com seu nome no Bairro Fonte Grande). Que somente em 1934 Queluz passou a chamar Conselheiro Lafaiete.
  Alguns anos atrás essa data 2 de janeiro,era comemorado a emancipação política de Conselheiro Lafaiete,mas graças aos trabalhos dos saudosos historiadores Alberto Libânio Rodrigues e Antônio Luiz Perdigão,que comprovaram que a verdadeira data da emancipação era o 19 de setembro de 1790,quando foi elevada a categoria de Vila,que na época considerava ser cidade.Sendo que Alberto Libânio em postagens antigas do Jornal Panorama de 1981 já defendia que a verdadeira data de emancipação Política de Lafaiete era o 19 de setembro,e no Jornal de Lafaiete no ano de 1985  o Saudoso Antônio Perdigão também defendia o 19 de setembro. Ou seja os dois historiadores lafaietenses estavam certos.
  Mas o 2 de janeiro foi feriado em Lafaiete,por muitos anos,foi assim até por volta de 1990,quando passou a vigorar a data de 19 de setembro,e que em 1990 a cidade comemorou o Bi centenário de emancipação política. Em 1966 foi comemorado o "centenário" da cidade. E poucos sabem mas a Avenida Prefeito Telésforo Cândido de Rezende,a principal da cidade,que seu primeiro nome foi avenida 2 de janeiro. Com a correção de datas o 2 de janeiro acabou no esquecimento.Sendo que essa data costumava ter muitas inaugurações como foi o caso do Museu Antônio Perdigão em 1976,do atual Prédio da Câmara em 1980,e entre outras.
   No Brasil Colônia ,uma vila passava a cidade,o título,embora pouco acrescentasse em relação a organização política e administrativa,era honorífico. Sendo que uma sede de uma arquidiocese era chamada de "Cidade" e já as outras cidades independentes como era o caso de Lafaiete era Chamadas de "Vila" por isso havia essa confusão. 

  Não há dados populacionais da época,de quantos habitantes havia Conselheiro Lafaiete em 1790. Num livro de 1822 cita que a Villa Real de Queluz havia cerca de 9.300 pessoas (conta abrangia os distritos também). Mas certamente era mais ou menos isso a população em 1790, mas claro que na sede a população menor . Mas na época Carijós, não foi fácil ocorrer essa emancipação politica ,foi muita luta, a Vila distanciava de outras vilas cerca de 5,10 ou 15 léguas,e Carijós pertencia São José Del Rei (atual Tiradentes) ,e tinha condições de ser uma Vila (época considerava Cidade),mas somente no dia 19 de setembro de 1790 finalmente se emancipou. Somente em 1990 a Câmara Municipal e a Prefeitura Municipal de Conselheiro Lafaiete reconheceu que a verdadeira data de Emancipação Política da Cidade é o 19 de setembro de 1790. 

 Vamos resumir sabemos que o Brasil foi descoberto em 1500 e sua independência foi em 1822 deixando de ser colônia de Portugal. Agora Lafaiete teve sua descoberta em data desconhecida por volta de 1683 mas sua independência ocorreu em 1790 deixando de Pertencer a atual cidade de Tiradentes.

 

Conselheiro Lafaiete vista parcial,foto sem data         foto:imagens da internet

Para Saber mais sobre nossa Conselheiro Lafaiete.

Veja as diversas postagens do blog

Já postagens de Aniversário da Cidade veja (setembro de 2017 tem 4 partes;E tem postagens todos os meses de  setembro dos seguintes anos : 2018,2019,2020 (explica como era a cidade em 1790) ,2021,2022 e 2023. 

2 de janeiro (postagem de janeiro de 2020)

Distritos de Queluz (postagem de janeiro de 2018)

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

PRAÇA TIRADENTES - PARTE 2 (CONCLUSÃO)

 Hoje vamos lembrar alguns fatos ocorridos na Praça Tiradentes,de Conselheiro Lafaiete.

Praça Tiradentes em 6 de abril de 2021

foto:Autor da Postagem
 

  Na postagem anterior falei sobre a parte 1 da Praça Tiradentes,lembrando sobre um texto escrito por Antônio Perdigão em 1979,e de lá para cá muita coisa mudou e então vamos dar a sequência,para não alongar muito vou resumir e falar sobre o período entre 1979 até 2023.

Antigo Abrigo de ônibus na década de 1940

foto:Arquivo Biblioteca Pública de Lafaiete
 

  A demolição do Abrigo de ônibus ocorreu por volta de 1978 (não tenho a data exata),mas é importante lembrar isso porque com isso a praça perdeu um patrimônio importante e no seu lugar veio um relógio moderno.

Antigo Abrigo de ônibus sendo demolido em 1978   foto:Arquivo Biblioteca Pública de Lafaiete
 

 Na década de 1980 várias mudanças ocorreram na Praça Tiradentes,como a mudança da cadeia para o Bairro Angélica e também no seu lugar foi instalado o Museu e Arquivo Antônio Perdigão em 30/8/1987. 

 Já a praça foi reformada e reinaugurada em 21 de agosto de  1988 na administração Municipal do Prefeito Vicente Faria,e foi colocado um novo Coreto ,um monumento a Índia Carijós  e também um monumento ao Alferes Tiradentes . 

Monumento ao Tiradentes

 Foi inaugurado em 21 de agosto de 1988,tem o formato em triângulo e o rosto do Alferes Tiradentes.  

Monumento a Tiradentes    foto:Arquivo pessoal

 
 

Coreto da Praça

Vista do Coreto e o Monumento um pouco a frente

foto:Arquivo Jornal Correio de Minas

 O primeiro Coreto era de 1935,foi retirado em 1949. E o novo coreto foi inaugurado em 1988,e já passou por diversas reformas.

Monumento da Índia Carijós

 

Monumento a índia Carijós         foto:autor dessa postagem,ano 2017

  Esse monumento em Homenagem aos primeiros habitantes de nossa terra foi inaugurado em 21 de agosto de 1988,passou por reformas em 2005 e 2014. Ela foi feita desenhada pelo cirurgião plástico Mauro Ribeiro Baeta da Costa ,e modelo do escultor Libório Bretas de Cachoeiro do Campo. 

 Relógio Queluz

  Foi instalado pelo Rotary Club na década de 1970 (por volta de 1978) no lugar do antigo abrigo de ônibus.


foto:imagens da internet,por volta de 2020. 


foto:imagens da internet. por volta de 2007

  Fonte Luminosa

 A Fonte Luminosa é de 1940 e reformada em 2022. (ver mais postagem de maio de 2022)

  

A praça Tiradentes teve uma reforma também em 2014,quando optou em tirar pedaços da praça para alargar a rua em volta.

 

 fontes: Site Oficial da Prefeitura de Conselheiro Lafaiete

http://bibliotecalafaiete.blogspot.com/p/nosso-slogan-e-mascote.html

Dossiê sobre a reforma da Praça Tiradentes,escrito por Rita Cancela em 2017.

Manuscritos inédito do autor desse blog: "Memórias Acima da Lendária Serpente" (Do Morro do Cemitério ao Morro de Santo Antônio)

VEJA TAMBÉM OUTRAS POSTAGENS NOS ARQUIVOS DO BLOG QUE TEM HAVER COM A PRAÇA TIRADENTES. 

 Índio Carijós de Lafaiete (abril de 2017 - aqui você terá mais informações sobre o monumento da índia Carijós)Velho prédio da Cadeia (novembro de 2017- informação sobre antiga cadeia e também sobre o museu), Bar Campestre (maio de 2018- era no número 37),Viajantes Europeus em Queluz parte 1 e 2 (julho de 2018),Dez anos sem Antônio Perdigão (agosto de 2020) ,Fonte Luminosa (maio de 2022), Praça Tiradentes -parte 1(setembro de 2023)

quarta-feira, 6 de setembro de 2023

PRAÇA TIRADENTES - PARTE 1

  Hoje vou lembrar um texto antigo sobre a Praça Tiradentes de Conselheiro Lafaiete. 

  Nessa primeira parte vamos lembrar como era a antiga praça.

 

Praça Tiradentes,sem data (antes da reforma de 1935)

foto: Cópia de Mauro Dutra de Faria (original autor não localizado)

  Em 1979 o historiador Antônio Perdigão falou assim sobre essa praça localizada atrás da Matriz:

 " A aldeia do Campo Alegre de Nossa Senhora da Conceição dos Carijós, até por volta de 1740, se formava apenas pelo antigo Largo da Matriz e pequenos inícios de ruas como a dos Barrancos, a de saída para Congonhas do Campo, a da Chapada (que fazia parte da estrada da corte – Vila Rica) e o antigo caminho das bananeiras (que dava para a velha estrada que se dirigia à corte do império – Rio de Janeiro).

Neste local, o que mais depressa se povoou foi o grande quadrilátero que ficava atrás da igreja Matriz, com as residências dos fazendeiros e negociantes. Atrás da igreja passou a ser o espaço de construções, formando com o passar do tempo, uma espécie de prolongamento do Largo.

Há um registro que cita a Praça nova em 1790 no “Alto do Levantamento do Pelourinho na Real Vila de Queluz”, cujo texto relata que o Excelentíssimo Senhor Visconde General mandou levantar o Pilourinho da referida Villa, com solenidade para inaugurar a nova praça, que ficava no meio da Vila e era destinado para a Câmara e a igreja Matriz. As pedras que formavam as bases do Pelourinho são as mesmas que se encontram ainda hoje formando os degraus do chafariz da praça Barão de Queluz.

Na sessão da Câmara Municipal do dia 09/05/1906, foi feita a nomenclatura das ruas da cidade e este local ficou denominado Rua do Tira-Dentes, vindo do Largo da Matriz até a Capela do Carmo, e as dimensões da praça naquele ano eram bem diferentes das de hoje.

Do livro “De vila Real de Queluz à Conselheiro Lafaiete”, escrito por Antônio Perdigão em 1958, foi extraído o seguinte trecho: “Outro setor de estrita ligação com a vida queluziana é a praça Tiradentes, ali é um ponto culminante da vida da cidade, sendo palco de festas religiosas, carnaval, comícios políticos, retretas de bandas de música e até funerais. Está ligada à praça Barão de Queluz e é continuidade desta. Nasceu como pequeno caminho de ligação entre o povoado e as rotas das tropas que vinham de Itaverava. Os habitantes da vila procuravam fazer com que a praça fosse continuação do Largo, tendo a igreja Matriz ao centro. ”

Em tempos idos foi o local preferido para as personalidades residirem, uma das primeiras construções foi uma casa de pedra, localizada na entrada da rua Brasil, que pertenceu à família Alvarenga. No pátio desta casa, segundo relatam, foi guardado o material destinado à construção da igreja Matriz.

A rua Tiradentes era o ponto preferido do povo e da cidade. Na primeira esquina, atrás da Matriz, havia uma grande casa, de puro estilo colonial, onde residia João Chysóstomo de Queiroz, apelidado de “Seu Lalão”. Era chefe político, coletor, fazendeiro na região do Morro da Mina e grande incentivador das novidades e benfeitorias para a vila e a cidade.

No local onde havia a Drogaria Pereira, no coração da praça, existia uma casa enorme, ali residia um dos homens mais famosos de Queluz: José Albino de Almeida Cyrino, chamado de “Zeca Albino”. Ele foi presidente da câmara por diversas vezes e construiu o prédio onde funciona o Meridional Hotel. A velha casa do Zeca Albino foi transformada em botica, depois, em pensão, em sapataria, em casa de bicicletas, em armarinho até ser demolida, passando tempos depois a Drogaria Pereira.

Por volta de 1830 a Praça Tiradentes recebeu um melhoramento necessário, a construção da cadeia local. A construção foi demorada e foi necessário que a Câmara Municipal intervisse para que se cumprisse o acordo feito. Neste ano foi pedido pela Câmara ao governo provincial um empréstimo para tal construção e em 1866 foi feito novo empréstimo pela municipalidade. Em 1867 a câmara pede à província um engenheiro para a obra, que seria de dois pavimentos, sendo o térreo para a cadeia e o andar superior para casa da Câmara. Terminada a cadeia, o fiscal do estado embargou a construção da Câmara, houve protestos, mas nada adiantou e a Câmara ficou sem a sua sede própria.

Ao entorno da cadeia foram instaladas o armazém do Zeca Albino, pequenas oficinas de sapateiros, barbearias e farmácias. O primeiro negociante que ali se estabeleceu foi o português André Rodrigues, que construiu grande prédio comercial na esquina com a rua Afonso Pena, onde hoje está instalado o restaurante “ Novo Horizonte”. A casa do André foi uma das mais populares da época, ele era comprador de aves e ovos e exportava-os para o Rio de Janeiro. Carroças carregadas de engradados desciam à rua Afonso Pena com destino à estação ferroviária, e a esquina da praça com a rua Afonso Pena foi batizada pelo povo de “ Esquina do André”.

 Ali também funcionou o “Café Central” do Juvenil Meireles, o bilhar do Álvaro zebral, a pensão São Geraldo, a sapataria do Romeu Menezes e a Agência dos Correios na esquina da rua Comendador Lalão. Neste lugar nobre também residiam o jornalista Dr. Castilho Lisboa, o presidente da Câmara e chefe do executivo José Corrêa de Figueiredo, o médico Dr. Moretzson Barbosa, o promotor em Queluz Dr. Bulhões de Carvalho, o advogado Fábio Maldonado, além de outras personalidades. O tempo ia passando e a praça tornando-se palco de grande diversidade de eventos, sendo que em 1917 foi colocada a luz elétrica.

Na década de 20 já havia na praça um jardim arborizado com agradável sombra nos dias ensolarados, onde aos domingos as bandas Santa Cecília e Centro Operário faziam retretas que sempre animava e enchia a praça. No antigo solar do Campolina ficava a redação do seminário “Jornal de Queluz” e o Tiro de Guerra 405. Foi trazido também nesta década o Cinema Central e junto ao cinema havia o Bar Brasil, de propriedade do carnavalesco Braz Melilo Brandão. Era reduto do carnaval de rua da parte alta da cidade, era reduto também do futebol, pois ali era o ponto de encontro dos dirigentes e jogadores dos times da época, como o Vera Cruz, o Brasil, o Flamengo, entre outros.

A partir da década de 30 a praça começou a sofrer modificações, o governo progressista de Dr. Mário Rodrigues Pereira sentiu entusiasmo e capacidade para construir novas praças, calçamentos e reformas. Houve modificações também na área residencial e comercial, o senhor Benedito Alves instalou a Agência Chevrolet, de vendas de carros, ao lado da agência foi instalado um café, um bilhar com o nome “Bilhar do Mister”. A rua Brasil foi aberta em 1934 dando uma feição diferente ao logradouro. Na casa do velho Castelões, funcionário do fórum, o “Santinho” tirava fotografias de fatos e paisagens da terra. Também nesta casa residia o José Nicolau, alfaiate e caçador, proprietário da “Alfaiataria Leader”.

Em 1935 a praça foi modificada, foi construído um belo e alto coreto, obedecendo o estilo oriental. A inauguração foi noticiada pelo jornal “Queluz de Minas”, nº 72, de 03 de janeiro de 1935: “A Sociedade Musical Santa Cecília assumiu o encargo de promover a solenidade, a benção foi feita pelo vigário da igreja Matriz, padre José de Oliveira Barreto e o prefeito Dr. Mário Rodrigues Pereira fez belo discurso, inaugurando o coreto. (...)”

A praça continuou a ser o ponto dos acontecimentos, ali se realizavam as procissões de Encontro durante a Semana Santa, também era o ponto principal dos carnavais e de todos os tipos de comícios. Havia pontos de táxis com os alegres motoristas Chico Bóia, Rupiado, Mimi, Venâncio e outros; havia a carrocinha de sorvetes do Zé Pedro e o Cine Central com seus filmes e seriados.

Na década de 40 a praça embelezou-se com modificações na urbanização e arquitetura das casas. Em 31 de março de 1940 foi inaugurada a Fonte Luminosa pelo prefeito Dr. Mário Rodrigues Pereira. O belo ornamento foi encomendado ao técnico Antônio Corrêa Beraldo, de Pouso Alegre. A benção foi dada pelo Monsenhor Mário Silveira. A fonte constituía um lago de 8 metros de diâmetro, por 30 centímetros de fundo, tendo ao centro um pedestal artístico, e possuía 7 grupos de projetores primários, formando 14 desenhos de água, todos diferentes uns dos outros. A duração de cada desenho era de 20 segundos, um total de 280 segundos até completar o ciclo, a altura era variável, sendo o máximo de 7 a 8 metros. A projeção da luz de cor era feita por 12 projetores, sendo 4 vermelhos, 4 verdes e 4 amarelos, todos distribuídos e imersos no pequeno lago superior da fonte. Para o funcionamento havia na praça um maquinário: um grupo eletrobomba centrífuga com vazão de 18 mil litros de água por hora, motor de 3 H. P.

Na mesma época a praça ganhou um abrigo para ônibus, era espaçoso e com boa estrutura, sendo que se tornou ponto de encontro e por ele passavam os ônibus que subiam e desciam as ruas da cidade. À medida que a cidade crescia foram surgindo coisas novas na praça como os pontos de táxis. Perto da praça, na esquina com a rua Afonso Pena, foi inaugurado o majestoso prédio da prefeitura municipal. A casa que pertenceu aos Campolina foi demolida, e em seu lugar ficou um muro e botecos sem gosto, dando uma impressão ruim à praça. Passaram-se os anos e com a nova urbanização desapareceram os canteiros bem tratados, foram retirados os postes baixos com os globos brancos que causavam grandes efeitos, a fonte quase parada e a demolição do ponto de ônibus. É o progresso, inevitavelmente destruindo as memórias e a história."

Fonte: Jornal Panorama, Ano II, Setembro e Outubro de 1979

http://bibliotecalafaiete.blogspot.com/p/ruas-pracas-e-avenidas-da-cidade.html

NOTAS APÓS ESCRITA EM 1979

 O livro de Villa Real de Queluz a Conselheiro Lafaiete (pelas ruas da cidade) começou a ser escrito em 1958,mas foi lançado de forma oficial em 2007 pelo Grupo Lesma.  

Drogaria Pereira (hoje no local é o número 55 da praça) 

Esquina do André ,depois Bar Novo Horizonte (atual número 3 da praça)

CONTINUO A FALAR DA PRAÇA TIRADENTES NOS PRÓXIMOS ARTIGOS...