Hoje vou falar sobre a Praça Barão de Queluz,localizada no centro de Conselheiro Lafaiete.
Que simbolicamente é o marco zero de Conselheiro Lafaiete (embora não exista um consenso do local oficial do marco zero na cidade)
Vista da Praça Barão de Queluz,ano de 2022 foto:João Prudente,site Pulsar
Vista da Praça Barão de Queluz,ano de 2022 foto:João Prudente,site Pulsar NOMES ANTIGOS
Largo da Matriz
Largo da Matriz por volta de 1881 ou década de 1890,talvez uma das fotos mais antigas da Praça Barão de Queluz que se sabe foto:Museu Antônio Perdigão
Largo Teófilo Otoni (a partir de março de 1880,e após o falecimento de Barão de Queluz em agosto de 1880 a praça passou a chamar o nome que atualmente é falada)
PONTOS TURÍSTICOS
Matriz Nossa Senhora da Conceição ,que foi construída a partir de 1732 (para saber mais veja nos arquivos do blog
Postagens sobre a matriz em dezembr0 de 2017 e dezembro de 2023)
Chafariz da Praça (de 1881,para saber mais veja nos arquivos do blog sobre chafariz,postagem de maio de 2017)
ORIGEM
Essa praça que praticamente existe desde os tempos dos
Carijós,embora exista a dúvida se houve ou não índios Carijós na
Praça,na minha opinião acredito que sim,mas e eram espalhados pela
cidade,e a maioria vivia nas partes baixa,próximo ao Rio Bananeiras.
Mas essa praça era conhecida como Largo da Matriz. E segundo José
Damasceno Pinto,em março de 1880,mudaram o nome para Largo Teófilo
Otoni,mas o nome não foi bem recebido.
4
A
praça tem o nome em homenagem ao Político Joaquim Lourenço Baeta
Neves,nascido em 25 de julho de 1834, que recebeu o título de “Barão
de Queluz”,em maio de 1873,e foi presidente da Câmara de Queluz
entre 1873 a 1880,e faleceu em 11 de agosto de 1880. ³
E
com a morte do Barão mudaram o nome da praça,para Barão de Queluz.
³
A
praça também pequena localiza entre a praça Tiradentes e as
confluências da Rua Comendador Baeta Neves e Coronel Artur do
Nascimento. A praça seria simbolicamente o “marco zero” da
cidade,porque desenvolveu após construção da atual matriz.
Monumento ao Conselheiro Lafaiete
Monumento ao Conselheiro Lafayette,o chafariz e ao fundo a Matriz foto:Site Minas Platinum hotel
O
primeiro foi erguido no ano do falso Centenário de Conselheiro
Lafaiete,em 1966 feito pelo Rotary Club. E o mesmo foi demolido por
vândalos em abril de 2009.
E
com a reforma da praça de 2011,inaugurada em 8 de dezembro,foi feito
outro monumento ao patrono,e no mesmo lugar.
monumentos já retirados
Nessa praça existiu o Mausoléu do Conselheiro Lafaiete,onde
repousaram os restos mortais do Conselheiro entre 1985 a 1990. Os
Restos mortais do patrono da cidade chegou em 4 de janeiro de
1985,sendo que no dia seguinte as cinzas do Lafayette foi depositado
dentro do mausoléu. E depois os descendentes do Lafayette,pediram ao
prefeito Arnaldo Penna para que fosse retirado o mausoléu e
transferidos para a Matriz,o que foi aceito pelo pároco Padre João
Batista. E em 17 de dezembro de 1990 a urna mortuária do Conselheiro
foi para a Matriz. ³³ (Para saber mais veja postagem sobre Mausoleu de dezembro de 2023)
Outra
placa que existiu na praça foi uma erguida em Homenagem aos
Expedicionários,que foi roubada por vândalos em abril de 2007.
Na
praça chegaram a colocar um mastro para a Bandeira Nacional,colocada
em 15 de novembro de 2007,mas foi retirado na reforma de 2011.
Placa do Tricentenário
Placas da Praça (a dos 300 anos é a primeira e mais comprida) foto:autor da postagem Em
19 de setembro de 1994,na Praça Barão de Queluz,foi comemorado os
300 anos da colonização do início oficial da Colonização da
Região de Carijós.
Não sabemos se foi exatamente na praça que tudo ocorreu,mas com
certeza algum bandeirante passou por ela. Mas a notícia que se tem é
que em 1694,os Bandeirantes Paulista Manuel Camargo,Bartolomeu Bueno
de Siqueira,Miguel Garcia de Almeida Cunha e João Lopes de Camargo
oficializou a Existência do Arraial dos Carijós (expedição
reconhecida pelo governo português).
20
Prédios Históricos
Casarão antigo Praça Barão de Queluz,169 foto:autor da postagem,13/5/2024
Muitos Prédios Históricos já foram demolidos,e só restou um
casarão apenas do Século XIX,no atual número 169,da praça,e nesse
solar dos Furtados,guarda a cama onde pernoitou Dom Pedro II,em sua
visita a cidade. ³¹
Na
Praça ainda tem alguns prédios da primeira metade do século
XX,como o atual Secretaria de Educação (que já foi Prédio da
Força e Luz e também a Faculdade de Direito),e também a Casa do
Paroquial.
A
praça já teve muitos casarões que foram demolidos.
Reformas da Praça
Essa
praça existia grandes árvores em 1926,e a praça passou por
diversas reformas,uma foi por volta de 1935 até no máximo a
1940,houve uma em que foi inaugurada em 13/6/1992 e a última reforma foi
entregue a população em 8 de dezembro de 2011.
Música no Largo
Segundo Perdigão um dos primeiros conjuntos musicais foi fundado por
volta de 1820,pelo senhor Francisco Loureiro de Albuquerque,e sua
família quase todos eram músicos. ³
Segundo Avelina Noronha,José Loureiro de Albuquerque um dos filhos
de Francisco Coelho de Albuquerque (avô de Romeu
Guimarães),tornou-se maestro,e até regeu uma orquesta com 80
músicos. E consta que ele teria regido a orquesta “o Guarani” do
músico famoso Carlos Gomes. E um músico encontrou uma notícia de
que de acordo com o qual Carlos Gomes,antes de apresentar a referida
ópera em Milão,Itália,onde obteve estrondoso sucesso,resolveu
tocá-la em Ouro Preto para verificar a reação pública à sua
música. A caminho da capital da província,pernoitou em Queluz,por
causa das fortes chuvas,e de manhã,antes de seguir viagem,em frente
a matriz,fez acontecer A PRIMEIRA APRESENTAÇÃO PÚBLICA MUNDIAL DE
“O GUARANI”. Já estamos tentando localizar o autor da notícia…
24
A
Casa em que morou os Albuquerque,era no número 97,claro que já foi
modificada. Nessa casa que era numero 5,depois 91 e depois 97,também
morou o historiador Romeu Guimarães de Albuquerque,nascido em 25 de
agosto de 1878 e faleceu em 27 de outubro de 1968.
36
E
também existiu um paço da semana Santa ao lado da antiga casa do
Romeu,era o paço de são José,já demolido 36
E nesse número também já funcionou a Escola de Música Romeu
Guimarães.
Curiosidades
Em
3 de setembro de 1978,o Historiador Antônio Luiz Perdigão,fez uma
exposição comemorando os 100 anos da Praça. (claro que já existia
antes,deve ser nome oficial ?)
34
Na
antiga Queluz três arvores centenárias tinham nomes: Arvore das
bonecas,dos espinhos e a gorda. 34
Em
janeiro de 1822 Dom Pedro I se voltou contra a coroa portuguesa e
decidiu estabelecer um novo governo para o Brasil . Em suas viagens
pedindo apoio a sua decisão,esteve na Real Villa de Queluz,em
abril,meses antes da proclamação da Independência do Brasil. 35
Nessa Praça também aconteceu a Revolução Liberal de 1842 (mais detalhes veja a postagem nos arquivos do blog,julho de 2017)
Prédio antigo do Fórum
Antigo Prédio do Fórum,sem data foto:Museu Antônio Perdigão
Localizado de fronte a Matriz, pela tradição oral foi nesse local
que moraram o Cônego Santa Apolônia (N 8/4/1743 -F 10/7/1831) e o
próprio Barão de Queluz,e o juiz Francisco de Paula Rezende que
residiu nesse casarão entre 1857 e 1861 e foi o autor do Livro
“Minhas Recordações”. Segundo Avelina Noronha o autor
Francisco de Paula cita a biblioteca do Santa Apolônia que era nesse
enorme casarão.
Segundo Perdigão, esse casarão era do final do Século XVIII,e o
povo chamava de “Botica Grande” (embora nunca funcionou farmácia
ou botica no local) e tinha oito janelas envidraçadas,e sua
construção deve ter sido pelo tronco Baeta Neves.E também morou
nele Joaquim Lourenço Baeta Neves, o Barão de Queluz . ³
Segundo uma nota do Historiador Romeu Guimarães,escrita no livro
inédito de Padre Duarte,diz que o velho prédio foi construído no
Século XIX,e o Cônego Santa Apolônia sugeriu mudar a sede bispado
para Queluz,mas a diocese continuou em Mariana. ¹²
Segundo Perdigão o primeiro fórum foi instalado na cidade no velho
prédio em 1907.
O
Casarão foi demolido em 1952,e o novo fórum inaugurado em 17 de
agosto de 1957. Embora o Fórum hoje está no Bairro Campo Alegre.
Hoje no local é a Secretaria de Saúde.
Edifício Dr. Dimas Pena,atual Secretária de Saúde (antigo Fórum) foto:autor da postagem,13/5/2024
REFERÊNCIAS E FONTES
Manuscritos Inéditos "Memórias Acima da Lendária Serpente" (Do Morro do Cemitério ao Morro de Santo Antônio) ,escrito por Luiz Fernando Azevedo,ano de 2018.
3 PERDIGÃO,Antônio Luiz –
De villa Real de Queluz a Conselheiro Lafaiete,2007
4
PINTO,José Damasceno – Subsídios para a História da ex-Queluz de
Minas (hoje Conselheiro Lafaiete) ano 1990
12 ALBUQUERQUE,Padre José
Duarte de Souza - “Subsídios de pesquisa feitas no Arquivo
Paroquial e no Fórum de Conselheiro Lafaiete,na Câmara Eclesiástica
de Mariana,no Arquivo Mineiro e no museu de São João Del Rei,para a
Futura História da Paróquia do Município de Conselheiro Lafaiete “
- Manuscritos inéditos,1978
24 ALMEIDA,Avelina Maria
Noronha – Garimpando no Arquivo Jair Noronha,ed. Lesma,2013
31 site
Conselheirolafaiete.mg.gov/historia
33 MILAGRE,Allex de Assis –
Lafayette Rodrigues Pereira (um ilustre Queluzense) ,ed. lesma,2009
34
PERDIGÃO,Antônio Luiz - Coluna Tempos idos e vividos,jornal “O
Processo” número 121 de 27 de agosto de 1978.
35 Cartilha Conselheiro
Lafaiete 1680-2011 Conhecendo Nossa História. Ano 2011
36 GUIMARÃES,Fúlvio de
Almeida – Romeu Guimarães de Albuquerque e Queluz de Minas,2010