segunda-feira, 18 de outubro de 2021

A CENTRAL E A FONTE GRANDE

  Hoje vou falar sobre um caso antigo envolvendo a antiga Central do Brasil (depois passou chamar Rede Ferroviária Federal RFFSA,e atualmente a empresa MRS) e a Fonte Grande,localizada no bairro desse mesmo nome em Conselheiro Lafaiete. Esse ocorreu no início do Século XX e na época que a cidade ainda chamava Queluz. Esse caso foi contado pelo saudoso historiador Romeu Guimarẽs,e vou lembrar desse ocorrido.

Fonte Grande por volta de 1940

foto:Revista da Semana 1940 (era revista circulada em nível nacional) e gravura de Abílio Guimarães.

   No livro " Apontamentos para a história da Cidade de Conselheiro Lafaiete (antiga Queluz de Minas) " de Romeu Guimarães de Albuquerque ,nas páginas 67 e 68 cita esse caso.

  A Central e a Fonte Grande

 " No final de 1883,quando foi inaugurada a estação de Lafaiete,o engenheiro residente mandou captar a água da Fonte Grande,construindo a caixa e encanando-a para as dependências da estrada,deixando para os moradores do bairro somente as sobras. Quando não havia sobra,a população local ficava sem o precioso líquido. Esse fato provocou uma reclamação do povo,por meio de uma representação dirigida à Câmara,em data de 29 de julho de 1884,e firmada pelos Srs. dr. Antônio Cândido de Assis Andrade,Francisco Severino Ferreira da Silva,José Luiz Gonzaga,Alexandrino Crisóstomo de Queirós,Avelino Pinto de Andrade,Francisco José de Souza Penna,João Augusto da Silva,Manoel Egídio da Silva Porto, Fausto Timóteo de Souza,Antônio Rodrigues Braga,Francisco Estanislau da Rocha,Marcolino Cândido de Meireles,Pedro Nolasco de Almeida,Antônio Maximiano Estanislau e Antônio Adriano.

  A Câmara atendendo,oficiou ao Ministro da Agricultura no mesmo sentido. Mas a questão ficou na mesma. Quando a situação piorava,as reclamações surgiam. Os engenheiros da estrada ou faziam ouvidos de mercador,ou respondiam com evasivas,tomando providências protelatórias que nada resolviam. E assim o tempo decorria,ano após ano.

 ao verem que para o fato não havia uma solução definitiva,as lavadeiras então tomaram uma resolução heroíca,e fizeram como Alexandre fez com o nó gordio: cortaram o cano. A Estrada mandou consertá-lo e elas o cortaram de novo. A turra durou muito tempo. Somente nos últimos anos da administração do dr. Campolina,mais ou menos em 1912,a questão teve solução final. A estrada capitulou,captando a água do Boqueirão e abandonando a da Fonte Grande. O Encanamento desta foi entregue à Câmara,que a empregou em outros serviços. "